A bandeira da União Europeia foi hasteada no âmbito do início da presidência francesa do Conselho dos 27. O Eliseu garante que a retirada já estava prevista e que não teve nada a ver com as críticas.
As autoridades francesas removeram no domingo a bandeira da União Europeia que estava hasteada no Arco do Triunfo, após o governo ter sido muito criticado pela direita e pela extrema-direita por “apagar” a identidade francesa.
A bandeira tinha sido colocada temporariamente no local na noite de Ano Novo para marcar o início da presidência francesa do Conselho da União Europeia, que terá a duração de seis meses. O governo nega que a bandeira tenha sido removida por causa das críticas, afirmando que tudo aconteceu como já estava previsto
“Presidir a Europa sim, apagar a identidade francesa, não!”, escreveu no Twitter Valerie Pecresse, a candidata conservadora dos republicanos, que apelou a que Macron voltasse a colocar a bandeira francesa no monumento. “Devemos isso aos nossos soldados que derramaram seu sangue por isso”, defendeu, lembrando que o Arco foi criado como homenagem aos mortes na Primeira Guerra Mundial.
A Torre Eiffel e o Panteão também foram iluminados com as cores da União Europeia ao longo da semana. Além de Pecresse, a candidata de extrema-direita Marine Le Pen também criticou a retirada da bandeira francesa e ameaçou recorrer ao Conselho de Estado, a máxima instância judicial da França em questões administrativas.
“O governo foi forçado a remover a bandeira da UE do Arco do Triunfo, uma bela vitória patriótica no início de 2022“, celebrou Le Pen, no Twitter, falando de uma “mobilização massiva” que forçou Macron a tirar a bandeira da UE.
Éric Zemmour, outro polémico candidato de extrema-direita que tem sido comparado a Donald Trump, também comentou a polémica.
Mas o Palácio do Eliseu revelou que a retirada da bandeira, que teve lugar de sábado para domingo durante a noite, aconteceu “conforme o calendário previsto“. A bandeira ficaria no Arco do Triunfo de “31 de dezembro a 1º de janeiro para marcar simbolicamente o início da presidência francesa da UE, assim como a iluminação azul em vários monumentos” na França.
O Ministro dos Assuntos Europeus, Clement Beaune, reforçou também que a retirada a bandeira estava já prevista. “Estava programado que a bandeira seria retirada neste domingo, não tínhamos estabelecido uma hora exata“, revelou à rádio France Inter.
O responsável afirma que o governo não recuou e acusou os opositores de “perseguirem desesperadamente as controvérsias estéreis da extrema-direita“.
“Não recuamos, não houve mudança de planos. Presumo totalmente que o destino da França seja a Europa”, rematou Beaune.