Presidenciais francesas: grande (e renhido) duelo a 24 de abril

1

Eric Feferberg / EPA

Marine Le Pen (E) e Emmanuel Macron (D)

O cenário de 2017 repete-se: Emmanuel Macron contra Marine Le Pen, numa segunda volta que será muito mais renhida e tensa, a 24 de abril.

O Presidente francês cessante, Emmanuel Macron, poderá ganhar na segunda volta das eleições presidenciais contra a candidata de extrema-direita Marine Le Pen, segundo sondagens realizadas este domingo, após a primeira volta.

Macron conta com entre 54% e 51% das intenções de voto contra 46%-49% para Le Pen, o que significa que a disputa seria muito mais renhida do que há cinco anos, quando o Presidente ganhou com 66,1% dos votos e a candidata da União Nacional obteve 33,9%.

Os dois candidatos qualificaram-se para a segunda volta, dentro de duas semanas, com cerca de 28% dos votos para o titular do cargo e cerca de 23% para Marine Le Pen, de acordo com as estimativas.

A votação mais próxima para a segunda volta é de 51%-49%, segundo a sondagem do instituto Ifop-fiducial para TF1/LCI/ParisMatch/SudRadio. Dois outros inquéritos dão 54%-46%: o do instituto Ipsos Sopra-Steria FranceTv/RadioFrance/LeParisien/LCP/RFI e o da OpinionWay para CNews/Europe1.

Em detalhe, cerca de um terço (35%) dos eleitores da candidata de direita Valérie Pécresse (Os Republicanos) votariam em Emmanuel Macron e outros tantos em Marine Le Pen, com os restantes 30% a optarem por um voto em branco ou nulo ou abstenção, de acordo com o Ifop.

Segundo a OpinionWay, 43% dos eleitores de Os Republicanos irão apoiar o Presidente cessante, contra 27% a apoiar a candidata da extrema-direita.

A transferência de votos do candidato da esquerda radical Jean-Luc Mélenchon é também muito dispersa: 33% para Emmanuel Macron, 23% para Marine Le Pen e 44% em branco, nulo ou abstenção, de acordo com o Ifop. Seria 27% para o Presidente cessante e 21% para Marine Le Pen, de acordo com a Opinionway.

Três quartos dos eleitores do polémico ex-jornalista e comentador político de extrema-direita Eric Zemmour dizem querer votar na candidata da União Nacional, contra apenas 4% no Presidente cessante, de acordo com o Ifop.

A sondagem Ifop foi realizada entre as 20:01 (19:01 em Lisboa) e as 21:00 (20:00), com um grupo de 968 eleitores recenseados retirados de uma amostra de 1.004 pessoas representativas da população francesa com idade igual ou superior a 18 anos. A margem de erro é de 03%.

A sondagem OpinionWay também foi feita este domingo, com uma amostra de 1.739 pessoas. A Ipsos tem uma amostra de 1.172 pessoas.

Nada está decidido” para a segunda volta, disse Macron, este domingo, lembrando que o resultado final das presidenciais “será decisivo para a França e para a Europa” e elogiando a “clareza relativamente à extrema-direita”, referindo-se à candidata Marine Le Pen, que ficou em segundo lugar.

“A vossa confiança honra-me e compromete-me (…) Não vamos errar”, afirmou, mostrando-se disponível para encontrar novas soluções para “unir convicções e sensibilidades“, de forma a conseguir uma vitória na segunda volta, que se realizará em 24 de abril.

Na Porta de Versalhes – o mesmo local onde celebrou a passagem à segunda volta em 2017, também com a candidata da União Nacional – o chefe de Estado francês cessante pediu para que os eleitores não poupem esforços e prometeu fazer o mesmo para renovar o seu mandato.

Macron disse que o seu projeto é “o único” que pode ajudar a restabelecer o poder de compra e dos trabalhadores e lutar contra a pobreza.

“Quero chegar a todos aqueles que querem trabalhar pela França. (…) Quero convencê-los nos próximos dias de que o nosso projeto responde mais solidamente do que o da extrema-direita aos medos e desafios dos tempos”, acrescentou.

O líder francês – que passou a noite eleitoral ao lado da sua mulher, Brigitte – disse que quer uma França “que supere o desafio climático e ecológico” e que se oponha ao “separatismo islâmico”.

Sem qualquer triunfalismo no discurso, Macron agradeceu à maioria dos derrotados o pedido de voto a seu favor na segunda volta e disse estar ciente de que esse aval não implica um apoio direto ao seu programa.

“Alguns vão votar em mim para travar a extrema-direita. Eu sei que não vão apoiar o projeto que represento. E respeito isso”, sublinhou o Presidente em exercício.

ZAP // Lusa

1 Comment

  1. De notar que o PS teve 1 % de votos, será que Portugal deve começar abrir os olhos ??? será que os partidos do costume devem parar de se julgarem os donos do país e começar a estar atentos aos assuntos abordados pelos partidos mais nas extremas e parar de ostraciza-los ???

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.