Nunca visto: luz moveu-se simultaneamente para a frente e para trás no tempo

Wikimedia

Poderia fazer lembrar o filme ‘Regresso ao futuro’ mas esta experiência pode ajudar a explicar alguns dos fenómenos mais misteriosos do Universo.

Uma equipa de físicos conseguiu fazer com que a luz parecesse estar a mover-se, ao mesmo tempo, para a frente e para trás, no tempo.

Um avanço noticiado pelo portal Live Science, que reforça que esta experiência pode ajudar a explicar alguns dos fenómenos mais misteriosos do Universo.

E também pode ajudar os cientistas a melhorar a computação quântica e a entender a gravidade quântica.

O fotão foi dividido, através de um cristal óptico especial, e as duas equipas independentes de físicos atingiram uma “inversão quântica no tempo” – um fotão existe em estados de tempo para frente e para trás.

Dois princípios (algo estranhos) de mecânica quântica convergiram e assim surgiu este resultado.

O primeiro princípio é a superposição quântica: partículas minúsculas existem em muitos estados diferentes, ou diferentes versões de si mesmas, ao mesmo tempo, até que sejam observadas.

O segundo princípio é a simetria de carga, paridade e reversão de tempo: qualquer sistema que tem partículas obedecerá às mesmas leis físicas, mesmo que as cargas das partículas, coordenadas espaciais e movimentos ao longo do tempo sejam invertidas como se fossem um espelho.

Esses dois princípios misturaram-se e a combinação resultou no tal fotão que parecia viajar simultaneamente ao longo e contra a seta do tempo.

Ainda sobre a superposição, após a divisão do fotão através do cristal óptico especial, o fotão superposto moveu-se novamente pelo cristal, mas foi configurado outro caminho para mudar a polarização do fotão, ou para onde aponta no espaço, para se mover como se estivesse a viajar para trás no tempo.

Depois de recombinar os fotões sobrepostos, enviando-os por outro cristal, a equipa mediu a polarização do fotão, em diversas experiências.

Os especialistas encontraram um padrão de interferência quântica, um padrão de listas claras e escuras que só poderia existir se o fotão tivesse sido dividido e se estivesse a mover-se para a frente e para trás.

“A superposição de processos que verificamos é mais semelhante a um objecto que gira no sentido horário e anti-horário ao mesmo tempo”, explicou Teodor Strömberg, físico da Universidade de Vien e primeiro autor de um dos artigos.

Os resultados das experiências foram publicadas em dois artigos, que ainda serão revistos pelos pares.

ZAP //

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