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Luso-descendente à procura de vida extraterrestre noutros planetas

Uma luso-descendente, estudante de Astronomia e Astrofísica na Universidade de Toronto, Canadá, está a analisar ficheiros recolhidos num telescópio no Havai, Estados Unidos, para tentar encontrar vestígios de vida noutros planetas.

“Estive no Havai onde durante duas noites observei o planeta 55 Cancri E, recolhi dados que agora estou a analisar para descobrir se há vida”, disse à agência Lusa Lisa Esteves, de 25 anos, estudante de doutoramento no departamento de Astronomia e Astrofísica da Universidade de Toronto.

O 55 Cancri E é um planeta extra-solar orbitando na estrela 55 Cancri e demora 18 horas a completar a órbita. Classificado como a primeira Super-Terra, é provavelmente desabitado, em virtude dos 1.700 graus centígrados de temperatura que apresenta.

Foi descoberto a 30 de agosto de 2004 e situa-se a 41 anos-luz de distância do planeta Terra.

Lisa Esteves, filha de pai português com raízes em Venda do Pinheiro, no concelho de Mafra, e em Braga, e de mãe chinesa, a investigadora disse que nos próximos meses vai tentar descobrir nos ficheiros recolhidos durante a observação se existe “água, metano ou sódio na atmosfera”.

utoronto.ca

A luso-descendente Lisa Esteves, investigadora da Universidade de Toronto

A luso-descendente Lisa Esteves, investigadora da Universidade de Toronto

Em Dezembro de 2014 e novamente este mês, juntamente com o reitor do departamento de Ciência, da Universidade de York, em Toronto, Ray Jayawardhana, Lisa Esteves esteve no Havai, onde recolheu dados do telescópio japonês Subaru, com o diâmetro de 8,2 metros, localizado no observatório Mauna Kea no Havai.

“No planeta que estamos a observar (55 Cancri E) está muito calor, algo como mais de 1.500 graus, portanto a vida como existe aqui (Terra), provavelmente não vamos encontrar, mas se descobrirmos água, será uma das primeiras descobertas de detecção de água num planeta semelhante à Terra, que é maior do que o nosso planeta e então avançaremos para a procura de vida em planetas mais frios”, explicou.

A luso-descendente, que espera analisar os dados recolhidos até ao verão, reconhece que os planetas conhecidos podem não ter vida extraterrestre. Mas como existem “tantas outras estrelas na galáxia, rodeadas por planetas” a hipótese de se registar vida é “pequena, e está algures por aí”, afirma, convicta.

O trabalho pode ser amplamente melhorado se o Canadá apostar mais na parceria com Estados Unidos na construção em curso do Telescópio de Trinta Metros (TLT), também em Mauna Kea no Havai, com o apoio da China, Japão e India.

“Se o Canadá integrar o projecto terá uma certa percentagem de utilização, e poderei utilizá-lo na minha pesquisa. Poderei observar estes planetas, recolher mais dados sobre as suas atmosferas, se têm água ou vida. Queremos saber mais sobre esses planetas interessantes”, concluiu Lisa Esteves.

/Lusa

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