Lula da Silva regressa à política para defender Dilma

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Heinrich Aikawa / Instituto Lula

Lula da Silva e Dilma Rousseff

Lula da Silva e Dilma Rousseff

O ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva declarou, este sábado, estar de regresso à linha da frente da política do seu país para dar “sossego” à sua sucessora no cargo, Dilma Rousseff.

“Você só mata um pássaro se ele estiver parado. Voltei a voar outra vez”, afirmou Lula da Silva, apontando que ficou “calado” nos últimos cinco anos – desde que terminou o seu segundo mandato -, mas que agora decidiu inverter esse cenário e vai “viajar, falar e dar entrevistas” para defender o trabalho da sucessora na presidência brasileira, Dilma Rousseff.

“Como eu tenho as costas largas e já apanhei um pouco nessa vida, vou ver se dão um pouco de sossego para a Dilma e voltam a incomodar-se comigo”, afirmou, num discurso proferido ao lado do ex-presidente e senador uruguaio José Mujica, diante de um auditório com centenas de pessoas em São Bernardo do Campo, cidade vizinha de São Paulo.

As declarações de Lula Silva, que foi Presidente do Brasil entre 2003 e 2010, surgiram um dia depois de ter admitido a possibilidade de ser candidato nas próximas eleições, em 2018.

O antigo chefe de Estado, que justificou a necessidade de se voltar a expor com o facto de os adversários passarem o tempo a falar de si, invocando todos os dias o seu nome, afirmou, porém, que não se sente insubstituível na política brasileira.

Em todo o homem que se sente imprescindível nasce um ditador dentro dele”, disse, embora ressalvando não ser fácil criar novos líderes. “É que não se criam líderes como se faz pão”.

Lula da Silva observou ainda que o Brasil vive uma “luta de classes — de cima para baixo” e que responde aos “preconceitos” da elite relativamente aos pobres, o qual se traduziu no “ódio” e numa tentativa de “criminalização” do Partido dos Trabalhadores (PT), formação política de Lula e Rousseff.

Em maio, o Ministério Público do Brasil abriu um procedimento preliminar para investigar alegados casos de tráfico de influências de Lula da Silva.

Em junho, Lula terá confidenciado temer ser o próximo detido no âmbito da Operação LavaJato.

/Lusa

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