O Presidente do Brasil, Lula da Silva, não planeia, para já, uma visita oficial à Ucrânia, apesar do convite do governo ucraniano.
Segundo avançou a CNN Brasil, citando assessores presidenciais, não há qualquer viagem marcada e não há sequer uma perspetiva para que tal aconteça. Assim, Lula rejeita, para já, o convite feito por Kiev para que se deslocasse ao país e pudesse ver as reais consequências da invasão russa.
Contudo, as mesmas fontes não rejeitaram que uma visita oficial possa vir a acontecer, mas frisaram que esse cenário só acontecerá caso a Rússia e a Ucrânia pretendam um cessar-fogo.
Reagindo às críticas de que o Brasil tem sido alvo por ter recebido esta semana o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Serguei Lavrov, o Ministério das Relações Exteriores brasileiro lembrou que estendeu o mesmo convite à Ucrânia e que este se mantém.
Em causa está a polémica com as declarações de Lula da Silva sobre a guerra na Ucrânia. No regresso de uma visita à China no passado fim de semana, o Presidente do Brasil defendeu que os Estados Unidos devem parar de “encorajar a guerra” na Ucrânia e a União Europeia deve “começar a falar de paz”.
Num segundo momento, e face ao coro de críticas de que foi alvo, Lula veio clarificar que se opõe à “violação da integridade territorial” da Ucrânia, mas que defende ao mesmo tempo “uma solução política negociada para o conflito”.
À CNN Portugal, Isabel Tavares, especialista em direito internacional, indicou que “não era expectável que Lula respondesse que sim, considerando os interesses do Brasil”.
“Este convite vem num contexto muito acicatado, num extremar de posições. [Lula] correria o risco de ser colocado em posições e visitas que não quereria e perante a necessidade de fazer declarações que não quereria fazer, portanto creio que isso é normal”, indicou
Na opinião da especialista, “deixar esta porta aberta para visitar Kiev, se houver um interesse de ambas as partes [Rússia e Ucrânia] num cessar-fogo reforça a posição de Lula e do Brasil”.
“Não é uma posição diferente por parte do Brasil, que quer ser uma voz que permita a paz e que ativamente promova a paz. É responder de uma forma diplomática a um convite, mas insistindo naquilo que é a sua posição”, continuou.
“Ao deixar a porta aberta para esse momento, está a reiterar que a sua posição é procurar um cessar fogo que possa conduzir a uma negociações de paz”, disse ainda.
Juntem-nos todos (brasileiro, russo, coreano do norte, chinês), atem-lhes uma corda ao pescoço, com uma pedra e lancem- nos ao mar. Não aliviava o mundo por completo, mas melhorava muito.