Luigi di Maio deixa liderança do Movimento 5 Estrelas

Alessandro di Meo / EPA

Luigi di Maio, líder do Movimento 5 estrelas

O líder do Movimento 5 Estrelas (M5S) demitiu-se da liderança, esta quarta-feira, e apelou a uma refundação do partido italiano, que atravessa uma crise interna e uma série de maus resultados em eleições regionais.

Luigi Di Maio, líder do movimento antissistema há pouco mais de dois anos, separou contudo os destinos do partido dos do país, afirmando que o Governo de coligação entre o M5S e os socialistas, no qual é ministro dos Negócios Estrangeiros, “deve continuar”.

“Está na altura de esta esplêndida criatura chamada M5S se refundar. Hoje chega ao fim uma era […] Cumpri o meu dever”, disse a um grupo de apoiantes no Templo de Adriano, em Roma, visivelmente emocionado.

“Trabalhei para fazer o Movimento crescer e para o proteger […], por vezes fazendo escolhas difíceis e incompreensíveis. […] Temos muitos inimigos, […] mas nunca nenhuma força política foi derrotada de fora. Os piores inimigos são aqueles que trabalham internamente não para o grupo mas para si”, acusou Di Maio, citado pela agência Ansa.

Luigi di Maio, 33 anos, foi eleito líder em setembro de 2017 com 82% dos votos dos militantes. O nome do senador Vito Crimi, vice-ministro do Interior, é apontado como o mais provável sucessor de Di Maio na liderança, até à próxima assembleia-geral do M5S, prevista para março.

O M5S atravessa atualmente uma crise interna, que levou à saída e/ou expulsão do partido de 31 deputados desde o início da legislatura, em março de 2018.

O partido tem registado também uma significativa queda nas sondagens, contando atualmente com cerca de 15% de intenções de voto, contra 33% de votos obtidos nas últimas legislativas (2018).

Fundado em 2009 pelo humorista Beppe Grillo, o M5S perdeu muita popularidade na sequência do acordo de Governo que fez com a Liga (extrema-direita) de Matteo Salvini, que levou ao afastamento da ala esquerda do partido.

Nos últimos meses, e depois da aliança governamental com os socialistas do Partido Democrático (PD), foi a ala direita do partido que se afastou.

// Lusa

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