Estudo descobre ligação entre medicamentos para azia e demência

A pesquisa descobriu uma relação entre a toma frequente de medicamentos contra o refluxo ácido e um risco 33% maior de desenvolver demência.

Um novo estudo publicado na Neurology descobriu uma associação entre alguns medicamentos populares contra o refluxo ácido e a uma maior probabilidade de demência relacionada com a idade.

Estes medicamentos, que já foram anteriormente associados a riscos mais elevados de AVC e ataque cardíaco, agem como inibidores da bomba de protões (IBP) e controlam o ácido libertado no estômago. Estão entre os fármacos mais receitados em todo o mundo, com cerca de 15 milhões de americanos a usá-los anualmente.

A pesquisa, conduzida pela Academia Americana de Neurologia, examinou 5712 indivíduos com idades entre 45 e 64 anos do Estudo de Risco de Aterosclerose nas Comunidades (ARIC). Mais de um quarto dos participantes tomou medicamentos IBP durante o período do estudo.

Após um ajuste que tem em conta fatores como idade, sexo e raça, descobriu-se que aqueles que usavam IBP durante mais de 4,4 anos tinham um risco 33% maior de desenvolver demência em comparação com os não utilizadores. No total, 58 dos 497 participantes que relataram uso prolongado de IBP desenvolveram demência.

Embora este estudo não estabeleça diretamente uma causa, oferece uma base para entendermos os efeitos a longo prazo do uso de IBP e os potenciais mecanismos subjacentes, refere o New Atlas.

“Os inibidores da bomba de protões são uma ferramenta útil para ajudar a controlar o refluxo ácido, no entanto, o uso a longo prazo foi associado em estudos anteriores a um maior risco de acidente vascular cerebral, fracturas ósseas e doença renal crónica”, refere a autora do estudo Kamakshi Lakshminarayan, da Escola de Saúde Pública da Universidade de Minnesota.

Lakshminarayan refere que não foram encontrados sinais de que o uso ocasional aumento o risco de demência, mas a toma frequente pode ser perigosa. A cientista aconselha os pacientes a discutir os riscos e benefícios potenciais com os seus médicos antes de fazerem alterações ao seu regime de medicação.

Existem alternativas aos IBP, como os bloqueadores H2, que interrompem a produção de ácido de forma diferente. No entanto, os investigadores aconselham cautela ao mudar de medicamentos e enfatizam as limitações do estudo, incluindo a fiabilidade dos dados auto-relatados e outros potenciais fatores de saúde que possam influenciar os resultados e que não tenham sido tidos em conta.

ZAP //

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