Líder do PSD Porto “atacado” dentro do partido

PSD / Flickr

Alberto Machado, líder da distrital do PSD no Porto

Alberto Machado apoiou Paulo Rangel nas eleições directas, foi relegado para o fim da lista de deputados, mas não se demite.

As disputas internas no Partido Social Democrata (PSD)não terminaram no dia da realização das eleições directas, ganhas por Rui Rio, superando o adversário Paulo Rangel. No Porto há um ambiente pouco pacífico à volta do líder do presidente da distrital do PSD Porto, Alberto Machado.

O democrata, deputado na Assembleia da República, apoiou Rangel nas directas. Depois de Rio vencer, foi colocado no fim da lista de deputados pelo círculo eleitoral do Porto (e é líder da distrital do partido).

Na assembleia distrital do PSD Porto, reunião realizada em Felgueiras e sob um ambiente «quente», vários apoiantes de Rui Rio pediram publicamente a saída de Machado do cargo que ocupa.

Militantes como Paulo Rios, César Vasconcelos e Paulo Ramalho querem que Alberto Machado se demita porque, consideram, deixou de haver condições para continuar a
liderar a distrital, estando “muito fragilizado” nesta altura, sobretudo por ter envolvido directamente nas eleições a distrital que preside. E perdeu.

No entanto, o médico de 43 anos não se demite. O seu mandato termina daqui a seis meses – e pretende continuar, mesmo depois de Julho.

Ao jornal Público, um apoiante de Rangel admitiu que, por ter apoiado o eurodeputado, Alberto Machado está em “maus lençóis”. Mas foi uma “decisão livre”, lembra o líder do PSD no Porto.

Também ao jornal, Alberto Machado considerou que este cenário é uma “trica político-partidária”, que lamenta, criticando também o ambiente “disparatado” e “despropositado” que se verificou na assembleia distrital, em Felgueiras. E reforçou a ideia de que os estatutos permitem a sua permanência no cargo.

“A comissão política distrital está mobilizada para ajudar Rui Rio a vencer as eleições legislativas”, atirou o vereador na Câmara Municipal do Porto, admitindo que Rio tem “todas as condições” para ser eleito primeiro-ministro no dia 30 de Janeiro.

Sobre Paulo Rios: “Ele deveria ter vergonha: trata-se de um militante com responsabilidades acrescidas e, como deputado à Assembleia da República, deveria estar empenhado em unir o partido. Só espero que tenha coragem para me defrontar, não se furtando a ir a votos contra mim, como já aconteceu em anteriores eleições para a concelhia do PSD Porto”.

Refira-se que Alberto Machado está na Assembleia da República desde 2020 e foi através da liderança de Rui Rio que chegou ao Parlamento nacional. Mas entretanto desentendeu-se com o líder do PSD.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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