Homem libertado após 22 anos na prisão por homicídio que não cometeu

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Um homem que passou 22 anos preso nos EUA, acusado de um duplo homicídio, viu as acusações serem retiradas na quarta-feira, quando os procuradores deixaram cair o caso, depois de ter sido comprometido por novos testemunhos.

A decisão foi tomada depois de um juiz já ter anulado a condenação de Calvin Buari, decidindo a sua libertação em maio. Agora, novas testemunhas afirmaram que Buari não é o homem que matou dois homens num parque de estacionamento, numa esquina do Bronx, em 1992.

O gabinete do procurador do distrito do Bronx prontificou-se inicialmente em recorrer e tornar a julgar o caso, se fosse necessário, pelo que permaneceu acusado até os procuradores terem abandonado o caso, dizendo que não o podiam provar.

“Estas foram as melhores notícias que eu poderia ouvir. Finalmente, posso pôr isto para trás das costas. Posso avançar com a minha vida”, afirmou Buari, de 47 anos, em declarações ao telefone.

Elijah e Salhaddin Harris, que eram irmãos, foram alvejados mortalmente, quando comiam no seu carro a 10 de setembro de 1992. Buari era um distribuidor de crack na área, admitindo que na altura era “muito imaturo”.

As autoridades responsabilizaram-no pelas mortes, argumentando que os residentes “tinham todas as razões para recear pela sua segurança enquanto ele estivesse livre”.

Buari, que negou estar envolvido nas mortes dos Harris, afirmou que tinha sido armadilhado no quadro de rivalidades no mundo da droga e acabo por ser condenado a 50 anos de prisão.

Depois de os seus advogados e familiares terem divulgado os seus esforços para ser ilibado nos últimos anos, apareceram novos testemunhos. Dois deles afirmaram ao tribunal, no último ano, que tinham visto outro homem como autor do tiroteio. Uma terceira testemunha afirmou que Buari estava a falar com ela quando começaram os disparos.

“Todas estas testemunhas falaram com sinceridades e remorso, sobre o que percebiam que tinha sido um erro judiciário”, escreveu o chefe do Supremo Tribunal do Bronx, Eugene Oliver, quando anulou a condenação de Buari em 2017 e ordenou um novo julgamento.

Desde a sua libertação, Buari começou um negócio, transportando familiares dos presos para a prisão, por ocasião das visitas, e trabalha numa loja de peças automóveis, enquanto espera por concretizar o desejo de abrir um restaurante.

“Tenho estado focado em colocar à frente o meu melhor pé“, disse.

ZAP // Lusa

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