Depois dos coletes amarelos, levantam-se agora os lenços vermelhos. “Precisamos de mostrar aos coletes amarelos que eles não falam por todos os franceses.”
Este domingo, um grupo que se autodenomina “foulards rouges” (“lenços vermelhos”) marchou nas ruas da capital francesa contra os distúrbios causados nas várias semanas de protestos dos coletes amarelos. Segundo o francês Le Fígaro, pelo menos 10.500 lenços vermelhos marcharam em defesa das instituições e da democracia.
À RFI, Philippe Lhoste, um porta-voz do movimento, disse que decidiu juntar-se ao lenços vermelhos “depois de ver o Arco do Triunfo e o Túmulo do Soldado Desconhecido vandalizados no dia 1 de dezembro. As pessoas estão exasperadas com os distúrbios dos últimos dois meses”.
“Precisamos de mostrar aos coletes amarelos que eles não falam por todos √. Eles são uma voz para alguns e nós respeitamos isso. Mas eles precisam de respeitar aqueles que querem trabalhar e ficam impedidos de se deslocar e são sujeitos a ameaças e violência”, acrescentou.
Antes da marcha deste domingo, os lenços vermelhos e outros grupos semelhantes publicaram uma declaração conjunta na qual denunciam “o clima de insurreição instalado pelos coletes amarelos” e rejeitam “as ameaças e o constante abuso verbal“, adianta o semanário Expresso.
No seio dos lenços vermelhos, há discórdia
Em causa, avança o Expresso, está a decisão sobre se o movimento deve ou não mostrar apoio ao Presidente francês, Emmanuel Macron.
Laurent Soulié, um dos organizadores da marcha, reuniu pessoas no Facebook no apoio a Macron, enquanto Alex Brun, outro porta-voz, sublinhou que os lenços vermelhos são “um movimento apolítico de cidadãos”. No seio dos lenços vermelhos, já há divisões notórias.
O Ministério do Interior adiantou que cerca de 69 mil pessoas participaram no 11.º fim de semana consecutivo de protestos dos coletes amarelos, o que representa cerca de 15 mil a menos do que no fim de semana passado
Por cá vamos todos para a rua com vassouras, para varrer o país de uma vez por todas.