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Lalanda e Castro diz que Octapharma enriqueceu “à custa do seu trabalho”

Joaquim Paulo Lalanda e Castro, ex-administrador da Octapharma e arguido no processo Máfia do Sangue”, diz que o grupo enriqueceu “à custa do seu trabalho”, mas de forma “lícita”.

Um esquema de corrupção para a venda de derivados de plasma humano, entre 1998 e 2013, gerou elevados lucros à farmacêutica Octapharma e ao seu administrador Lalanda e Castro e culminou na acusação de seis pessoas e uma empresa por parte do Ministério Público, num processo conhecido como “Máfia do Sangue”.

Lalanda e Castro, ex-administrador da Octapharma em Portugal, negociou com o ex-presidente do INEM, Luís Cunha Ribeiro, o benefício da farmacêutica em concursos públicos relacionados com o sangue.

O ex-administrador da Octapharma foi acusado de 21 crimes, incluindo três de corrupção ativa. O Estado terá sido lesado em cerca de 100 milhões de euros.

Num requerimento que fez ao Juiz de Instrução Criminal, Ivo Rosa, Lalanda e Castro disse que o grupo enriqueceu muito “à custa do seu trabalho”, mas de forma “lícita”.

Segundo o Público, o arguido alegou que a relação com o seu antigo patrão não é das melhores e queixou-se da falta “de bom espírito de colaboração” das testemunhas que arrolou para sua defesa e que estão ou estiveram ligadas à Octapharma.

No requerimento referido, Lalanda e Castro descreve a dificuldade em exercer o seu direito de defesa e pede a Ivo Rosa que notifique oficialmente as testemunhas porque receia que, de outra forma, não irão colaborar na sua defesa.

“Tendo o Ministério Público, na sua acusação, optado por imputar todos os possíveis ilícitos ao arguido e por não imputar nada de ilícito a ninguém do grupo Octapharma, apesar de o arguido sempre ter trabalhado para esse grupo e de o ter feito (licitamente) enriquecer à custa do seu trabalho e das suas atividades conexas [que o MP diz terem sido ilícitas], nenhuma das testemunhas em causa tem bom espírito de colaboração com o arguido”, lê-se no requerimento.

Ivo Rosa cedeu à argumentação de Lalanda e Castro e mandou notificar por carta rogatória as testemunhas. O início da fase de instrução está marcado para esta terça-feira e começa precisamente com as testemunhas do antigo gestor da Octapharma.

Daniel Costa, ZAP //

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