Reza a lenda que a aristocrata Lady Godiva cavalgou nua pela cidade de Coventry para que o marido baixasse os impostos à população. Não há evidências históricas da cavalgada, mas o mito persiste até hoje.
Lady Godiva, uma nobre do século XI de Coventry, Inglaterra, é mais recordada por um lendário ato de bravura e caridade que perdurou durante séculos. Casada com Leofric, o poderoso conde de Mércia, era conhecida pela sua generosidade, nomeadamente no apoio a instituições religiosas.
No entanto, o seu legado mais famoso é a história da sua cavalgada nua por Coventry, um ato supostamente realizado para protestar contra a tributação opressiva dos habitantes da cidade por parte do seu marido.
De acordo com a lenda amplamente divulgada, Leofric desafiou a sua mulher a cavalgar nua pela cidade se ela quisesse que ele reduzisse os impostos. A história, que apareceu pela primeira vez em crónicas do século XIII, afirma que Lady Godiva aceitou o desafio.
Deixou cair o seu longo cabelo para cobrir o corpo, montou um cavalo e atravessou a cidade. Comovido com a sua determinação, Leofric acabou por aceder ao seu pedido e baixou os impostos, conta o All That’s Interesting.
Apesar da falta de provas históricas que sustentem este acontecimento, o conto foi passado de geração em geração, inspirando literatura, arte e até a frase “Peeping Tom“, um termo que ainda hoje é usado para descrever quem pratica voyeurismo e observa outras pessoas sem o seu consentimento.
Em versões posteriores da lenda, foi pedido aos habitantes da cidade que permanecessem em casa durante a sua cavalgada, mas um homem chamado Tom desafiou a ordem e espreitou-a, acabando por ficar cego ou morto, dependendo da versão.
Para além da lenda, Lady Godiva foi uma verdadeira nobre de elevada posição social. Provavelmente nascida no final do século X, foi casada com Leofric, e juntos tiveram nove filhos. Esteve profundamente envolvida em obras religiosas e de caridade, contribuindo para a construção e decoração de um mosteiro beneditino em 1043. Alguns relatos sugerem que chegou a derreter as suas próprias jóias de ouro e prata para criar artefactos religiosos para o mosteiro.
Após a morte de Leofric, em 1057, Lady Godiva continuou a viver durante, pelo menos, mais uma década. Antes de morrer, terá doado ao mosteiro uma corrente de ouro incrustada de pedras preciosas, pedindo que fosse colocada à volta de uma estátua da Virgem Maria. Pensa-se que terá morrido entre 1066 e 1086 e terá sido enterrada ao lado do marido.
Embora não haja provas históricas da sua famosa cavalgada, a lenda de Lady Godiva continua a cativar audiências e inspirar artistas em todo o mundo.
A sua história foi imortalizada em pinturas, literatura e esculturas, incluindo num relógio em Coventry. Na música, a famosa aristocrata é referida nas canções “Lady Godiva” de Peter and Gordon, “Lady Godiva’s Operation” dos Velvet Underground e “Don’t Stop Me Now” dos Queen. Mesmo nos Jogos Olímpicos de Londres de 2012, a sua história foi referenciada, provando que o seu legado ainda hoje ressoa.
O que mais me dá pena nesta história, ´e o infeliz “Peeping Tom“, ter ficado zarolho, por espreitar as nágudas da lady. “não habia nexexidade…”