Ladrões usam o seu cartão bancário com o código certo. E é difícil recuperar o dinheiro

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Marcos Santos / USP Imagens

E não estamos a falar de compras online. Os criminosos não precisam da internet para utilizar o seu cartão. E o banco pode não agir.

Imagine que vai a uma padaria, estaciona o carro mesmo à porta e, como conhece a zona, nem fecha o carro.

Compra o pão com algumas moedas que tinha já preparadas e, quando volta ao carro, vê que alguém andou a mexer.

O seu cartão do banco (de débito) desapareceu.

Ainda fica na dúvida se levou a carteira para a padaria, volta ao estabelecimento, procura, faz umas perguntas mas ninguém viu nada.

Conclusão: roubo.

Liga para o banco, ou até vai a um balcão pessoalmente, para comunicar o roubo/desaparecimento do cartão, que é cancelado para não haver qualquer movimentação.

Problema: nesse período de 15 minutos, os ladrões já foram a uma caixa multibanco e levantaram 400 euros (o máximo permitido por dia). Ou até mais, se for em algumas caixas internas do banco em causa.

Como? Eles ficaram com o cartão mas não está lá escrito o código.

Verdade. Mas, com o avanço da tecnologia, os métodos dos criminosos também avançam.

Se não houve nenhum esquema online, através de links em que não era para carregar, ou através de roubo de palavras-passe pela internet, muito provavelmente foi vítima de skimming.

Essa técnica pode ser traduzida como clonagem de cartões: as informações do cartão foram copiadas num movimento que fez numa caixa multibanco ou terminal de pagamento. São instalados dispositivos de leitura nos terminais, que ficam com as informações do cartão (que até já podem ter sido utilizadas online).

Ou seja, o mais provável que a vítima tenha sido seguida, controlada, antes. Quando os ladrões roubaram o cartão naquele dia, já tinham ficado com os dados noutra ida ao multibanco, noutro dia.

O portal Poupa e Ganha sugere que a pessoa esteja sempre atenta quando vai a uma caixa multibanco – pode haver algum dispositivo suspeito ou partes soltas. A manutenção das caixas multibanco é constante, muito frequente; mas mesmo assim…

Voltando ao dia do roubo: quando, já no banco, se apercebe de que o dinheiro desapareceu, tenta recuperá-lo. Mas aí o cenário complica-se.

A DECO destaca que os bancos é que têm de assegurar que todo o sistema não tem falhas.

Mesmo com seguro…

No entanto, há dois entraves centrais.

Primeiro, como avisa o Boonzi, o seguro é fundamental nestes casos. Mas a regra nos cartões de débito é não haver seguro – e, aí, todos os movimentos antes da comunicação do roubo serão da inteira responsabilidade do titular do cartão.

Segundo, mesmo que houvesse seguro, e porque foi utilizado o código correcto, se não houver provas de falhas no banco ou em terminal de pagamento/multibanco, levanta-se outra questão: como é que o banco tem a certeza de que não houve combinação entre o titular da conta e os ladrões? Ou seja, pode ser evocada esta possibilidade: o cliente sabia do esquema e agora tenta ficar com o dinheiro de dois lados.

E fica difícil, até muito improvável, recuperar o que lhe foi roubado.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

3 Comments

  1. É sim senhora . Explico : tenho conta no novo banco. Sou segundo titular. Para pedir o extrato digital (via email ) , o primeiro titular tem de autorizar por escrito. Pensei que primeiro e segundo titular era indiferente . Para uma situação normalíssimo exigem mil e uma coisa. Leva-me a crer que só com a conivência dos funcionários é possível terceiros tirarem dinheiro de uma conta . Para tirar o valor da manutenção de conta, é no dia certo ,mesmo que não tenha realizado movimentos da mesma . Responsabilidade ZERO.

  2. Ninguém vai roubar um cartão quando já tem os dados, o skimming funciona roubando os dados e o código do cartão num terminal de uma empresa em que alguém esteja em conluio com os ladrões ou mais comum, num terminal multibanco para evitarem serem apanhados atraves dincumolice e oor ser mais facil roubar os dados e código. Depois de ter os dados é só gravar um novo cartão e roubar 400€ antes das 0h e 400 depois das 0h e repetir de novo no dia seguinte a ver se funciona além disso dá sempre para fazer umas comprinhas entretanto. Ninguém rouba os dados electronicamente para ter de roubar o cartão fisicamente minha gente.

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