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Um ladrão cósmico arrancou a pele de uma estrela antes de morrer

NASA/CXC/SAO

Uma estrela gigante morreu, mas antes da detonação mortal, um ladrão estelar roubou a pele do gigante. Agora, os astrofísicos acreditam ter identificado o culpado.

A maioria das supernovas termina a sua vida com gigantescas explosões e, quando morrem, formam-se nuvens quentes de gás que se espalham pelo Espaço. Estas nuvens estão repletas de átomos pesados e hidrogénio. Estes átomos simples permanecem na camada externa da estrela, onde a pressão e o calor nunca são suficientemente altos para se fundir em elementos mais pesados.

Apesar de o “combustível” nunca ser gasto na totalidade, por vezes, esta “pele” desaparece. Normalmente, a gravidade de uma estrela próxima – como uma gémea binária – rouba a capa de hidrogénio, mas não está claro para onde vai esta pele. Durante muito tempo, este foi o caso do remanescente da supernova Cassiopeia A (Cas A).

Segundo o Live Science, os cientistas colocam a hipótese de a estrela em questão ter tido uma companheira com uma massa muito semelhante, e, portanto, com tempos de vida semelhantes. “A explosão da primeira estrela ocorre quando a segunda estiver prestes a morrer”, explicou Ryosuke Hirai, principal autor do artigo científico.

No último milhão de anos das suas vidas, as estrelas massivas tornam-se supergigantes vermelhas com camadas externas instáveis. Se a primeira supernova do sistema binário atingir a gigante vermelha, poderia roubar facilmente as camadas externas e transformá-la numa “estrela de envelope externo”.

De acordo com esta teoria, a segunda estrela tornar-se-ia uma estrela solitária. Para chegar a este cenário, os cientistas realizaram simulações da colisão da supernova com uma gigante vermelha e descobriram que a supernova pode eliminar até 90% da camada externa da estrela que a acompanha se estiverem próximas uma da outra.

Se tal tiver mesmo acontecido, a camada deveria estar a flutuar de 30 a 300 anos-luz do local da segunda supernova. Observações recentes suportam esta teoria no caso de Cassiopeia A, já que confirmam a existência de uma camada a uma distância de 30 a 50 anos-luz de Cas A.

“As nossas simulações provam que este novo cenário poderia ser uma das formas mais promissoras para explicar a origem de Cas A, um dos resquícios de supernova mais famosos”. O artigo científico com as descobertas foi publicado na Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.

ZAP //

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