A cidade de La Coruña, no noroeste de Espanha, entrou esta segunda-feira em emergência sanitária para pôr fim à acumulação de lixo nas suas ruas, após um mês de greve da empresa que explora o serviço de recolha de resíduos.
A Câmara Municipal da cidade de La Corunha declarou emergência sanitária após quase um mês de greve na recolha de lixo, anunciou esta segunda-feira a presidente da autarquia, Inés Rey.
O decreto entra em vigor 72 horas após a empresa concessionária ter recebido uma notificação enviada na passada sexta-feira, o que significa, explica o El Mundo, que a partir da próxima quarta-feira pode ser contratada uma nova empresa para recolher o lixo.
Após um mês de greve ao serviço de recolha de resíduos, a cidade espanhola está afundada em lixo.
“Estou em La Coruña há 2 minutos, 2 minutos”, escreve um utilizador no X/Twitter. “São 11 horas da manhã e há ratos a comer lixo em plena luz do dia, que cidade nojenta”.
2 minutos llevo en La Coruña, 2 minutos.
Son las 11 de la mañana y hay ratas comiendo basura a plena luz del día, que puto asco de villa. pic.twitter.com/7n3qoRy1Ht— Zacarias Satrustegui (@hankjuanfdz) July 5, 2024
Inés Rey classificou a greve, que se mantém quase diariamente desde 24 de junho, como uma “chantagem sobre a cidade“, e repudiou os “atos de extrema violência”, em referência às várias dezenas de incêndios urbanos ocorridos este fim de semana – que totalizam mais de 280.000 euros de prejuízos e quase uma centena de contentores destruídos.
Em conferência de imprensa, a autarca explicou que, dado que a concessionária do serviço de recolha de lixo “não foi capaz de repor a normalidade das ruas, às 15:41 horas entra em vigor a declaração de emergência sanitária, uma vez que são 72 horas após a notificação de sexta-feira”.
Nessa altura abre-se o prazo para a apresentação de propostas de empresas que queiram prestar o serviço.
Rey alertou para “o risco notório para a saúde e segurança públicas” provocado pelos resíduos, razão pela qual reconheceu que “todos os prazos parecem longos, mas são os estabelecidos por lei” — razão pela qual a empresa contratada entrará em serviço imediatamente e exercerá a sua atividade “por tempo indeterminado” até ao fim da emergência sanitária.
A autarca anunciou também ter sido criada uma comissão de acompanhamento de emergência, presidida pela própria Inés Rey, que acompanhará diariamente a evolução do conflito.