O presidente norte-coreano, Kim Jong-Un, afirmou hoje que o país apenas vai recorrer às suas armas nucleares no caso de a sua soberania ser ameaçada por outra potência nuclear.
“Como um país com armas nucleares, responsável, a nossa república não vai usar armas nucleares a não ser que a sua soberania seja ameaçada por quaisquer forças hostis com ogivas nucleares”, afirmou o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-Un.
A Coreia do Norte iniciou na sexta-feira ma capital do país, Pyongyang, o VII Congresso do Partido dos Trabalhadores, o primeiro em 36 anos, em que se espera que sejam anunciadas decisões políticas e económicas sobre o futuro do regime.
Durante o discurso de inauguração, Kim Jong-un exaltou os últimos testes nucleares e lançamentos de mísseis realizados pelo regime, afirmando que fortaleceram a “dignidade e o poder do país”.
Segundo a agência de notícias estatal norte-coreana KNCA, Kim Jong-Un prometeu que o país vai “cumprir fielmente” as suas obrigações de não-proliferação e impulsionar a desnuclearização em termos globais.
Ainda de acordo com os media controlados pelo estado norte-coreano, citados pelo The Guardian, Kim Jong-Un afirmou ainda que o seu governo está disposto a trabalhar pela não proliferação do nuclear, ao mesmo tempo que quer promover a paz global:
“É o objetivo do nosso partido construir um mundo pacífico, livre de guerra, é esta a linha orientadora do nosso partido… lutar pela paz e pela segurança a nível regional e global”, garantiu o líder norte-coreano.
A Coreia do Norte abandonou o Tratado de Não-Proliferação em 2003, tendo sido o primeiro país signatário a fazê-lo.
Por altura do seu primeiro teste nuclear, realizado em outubro de 2006, a Coreia do Norte assegurou que “nunca seria a primeira a usar armas nucleares”, mas, desde então, tem feito repetidamente ameaças de ataques nucleares preventivos contra a Coreia do Sul e os Estados Unidos.
“Os ataques nucleares preventivos serão levados a cabo indiscriminadamente, em função das indicações do comandante do Exército Popular da Coreia”, especificou em março o Ministério da Defesa norte-coreano, em comunicado divulgado pela KNCA.
ZAP / Lusa