A Ucrânia considera que qualquer concessão às exigências russas vai encorajar a continuação da guerra. A ofensiva russa no Donbass continua estagnada.
Do lado ucraniano, a retoma das negociações coma Rússia é, de momento, “impossível”. As declarações partiram de Mikailo Podoliak, assessor da presidência ucraniana, numa entrevista à emissora Rádio NV.
Podoliak considera que as conversas com Moscovo estão fora da mesa porque a Rússia não entende as consequências da invasão e também porque o Kremlin ainda acredita que vai tomar o Donbass.
“Qualquer concessão à Federação Russa ou às elites para que eles fiquem bem na fotografia significa Minsk-3 e um adiamento da guerra, mais um, dois, três anos. Qualquer concessão vai encorajá-los. A Rússia ainda não percebeu que é um país isolado. Ainda vivem na sua propaganda“, afirma.
De acordo com o analista francês Xavier Tytelamn, que tem estudado as informações divulgadas pelos dois lados do conflito, o avanço dos russos no Donbass “está estagnado” um mês depois do início da ofensiva. “Há muitos combates, há imensos mortos em ambos os lados, mas a frente não se mexe“, considera.
A Rússia tem superioridade no número de forças e no material, mas as tropas ucranianas conhecem melhor o terreno e “têm conseguido preparar armadilhas, minar os caminhos e criar abrigos muito bem camuflados”, escreve o Público.
Moscovo já controla Izium e quer agora dominar as cidades de Severodonetsk e Sloviansk, mas as fronteiras entre os terrenos controlados pelas tropas dos dois países não se estão a mexer. O conflito é mais posicional e marcado por ataques distância do que frente a frente.
Esta forma de combate é “muito custosa em vidas e material para os russos”, segundo Tytelman, que reforça que a Rússia continua a cometer o erro de “concentrar muitos veículos e munições” no mesmo local, o que deixa estes locais mais expostos a ataques.
900 militares ucranianos enviados para colónia penal
Os dados do Ministério da Defesa da Rússia avançam que já 1730 militares retidos na Azovstal se renderam desde segunda-feira. Todos os feridos que precisam de cuidados médicos vão receber assistência, garante o Ministério
A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Moscovo também adiantou que mais de 900 soldados que estavam na siderurgia foram enviados para uma colónia penal em Olenivka, na região de Donetsk, um território controlados pela Rússia.