A Rússia tem repetidamente exigido que a Ucrânia nunca entre na NATO para aliviar as tensões, mas o país reiterou hoje a intenção de integrar a aliança atlântica. Zelensky convidou ontem Biden a visitar Kiev.
O embaixador ucraniano no Reino Unido, Vadym Prystaiko, afirmou hoje à BBC que o país seria “flexível” na sua intenção de integrar a NATO, referindo que a Ucrânia é um país “responsável”, cita o The Guardian.
Recorde-se que a Rússia tem repetidamente afirmado que a integração da Ucrânia na NATO é um acto de agressão por parte do Ocidente e tem exigido garantias de que este cenário nunca se colocará em troca do alívio das tensões e da retirada das tropas da fronteira.
Actualmente, a Ucrânia não é um membro da aliança atlântica, mas foi-lhe prometida em 2008 uma oportunidade futura de entrar. Em 2019, foi feita uma revisão constitucional no país que definiu a integração na NATO como um objectivo.
Caso se concretize, esta decisão levaria a aliança militar liderada pelos Estados Unidos até à fronteira russa, algo que o Kremlin considera uma linha vermelha.
“Podemos (não aderir), especialmente a ser ameaçados assim, intimidados assim”, afirmou Prystaiko, questionado se Kiev mudaria a sua posição de integrar a NATO.
Os comentários do embaixador foram rapidamente clarificados por um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Kiev, que afirmou que as declarações foram descontextualizadas.
“O embaixador Prystaiko afirmou correctamente na sua entrevista que a prospeção da integração na NATO está estabelecida na Constituição da Ucrânia, apesar da Ucrânia não ser de momento um membro da NATO ou de qualquer outra aliança de segurança”, escreveu Oleg Nikolenko no Facebook.
O responsável reforça que o essencial são as “garantias de segurança” e que as “ameaças à Ucrânia existem aqui e agora”, mas reforça que não pode ser tomada nenhuma posição que vá contra a Constituição.
Prystaiko também esclareceu a sua posição, afirmando que nunca disse que a Ucrânia está a ponderar abandonar a intenção de se juntar à NATO. “Não somos um membro da NATO agora e para evitar a guerra, estamos prontos para várias concessões e é isso que estamos a fazer nas conversas com os russos”, afirma.
“Não é um adiamento das nossas ambições, mas não estamos na família agora por isso temos de olhar para outras opções, como os acordos bilaterais com o Reino Unido ou com os Estados Unidos. Além da NATO, estamos a olhar para outros acordos que nos permitam sobreviver a este problema em particular agora”, remata.
Esta manhã, Boris Johnson avançou ainda que um ataque russo pode avançar já nas próximas 48 horas, uma situação que considera “extremamente preocupante” e “muito, muito perigosa”. O primeiro-ministro britânico apelou ainda a que o Ocidente se una e que não troque o direito da adesão da Ucrânia à NATO.
Johnson deixou ainda um aviso a Vladimir Putin. “Estamos à beira do precipício mas ainda há tempo para o Presidente Putin voltar atrás”, alerta Boris, acrescentando que uma invasão seria “um erro desastroso” para Moscovo.
Zelensky convida Biden a ir a Kiev
O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, estendeu ainda ontem um convite a Joe Biden para que o chefe de Estado norte-americano visite Kiev nos próximos dias, algo que descreve como um “sinal poderoso” de união entre os dois países. Esta segunda-feira, o chanceler alemão Olaf Scholz também tem encontros marcados na Ucrânia e na Rússia.
“Estou convencido de que sua chegada a Kiev nos próximos dias, que são cruciais para estabilizar a situação, será um sinal poderoso e contribuirá para a desescalada” da tensão, referiu o líder da Ucrânia numa conversa telefónica com Joe Biden.
De acordo com a Presidência ucraniana, os líderes ucranianos e norte-americano reafirmaram a unidade de posições sobre a “importância de continuar os esforços políticos e diplomáticos para desbloquear o processo de paz” para o leste da Ucrânia e restaurar a estabilidade na zona.
Segundo a Casa Branca, Joe Biden reiterou o seu compromisso com a soberania e a integridade territorial da Ucrânia face a um eventual ataque da Rússia e garantiu que os Estados Unidos responderão de forma “rápida e decisiva”, em conjunto com os seus aliados, a uma eventual agressão militar.
Esta conversa decorreu no mesmo dia em que Kiev exigiu uma reunião com Moscovo nos próximos dois dias depois das autoridades russas terem ignorado o ultimato para justificarem o envio de militares para a fronteira entre os países.
A Ucrânia invocou na sexta-feira o Documento de Viena sobre Redução de Riscos, exigindo que a Rússia forneça explicações detalhadas sobre as actividades militares perto da fronteira ucraniana. O documento é vinculativo e aplicável a todos os membros da OSCE.
“A Rússia não respondeu ao nosso pedido sobre o Documento de Viena” acerca de medidas destinadas a construir confiança e segurança, referiu o chefe da diplomacia ucraniana, Dmitro Kuleba, no Twitter.
“Exigimos uma reunião com a Rússia e todos os Estados participantes no prazo de 48 horas para discutir o reforço e a redistribuição ao longo de nossa fronteira e da Crimeia temporariamente ocupada”, acrescentou.
Kuleba lembrou ainda que a Rússia deve honrar os seus compromissos com a transparência militar para diminuir a tensão e melhorar a segurança de todos se quiser falar seriamente sobre segurança indivisível no seio da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).
“Não podemos cometer o erro que cometemos com Hitler e com Estaline”
O antigo ministro ucraniano dos Transportes, apelou ainda à União Europeia que se una para travar as intenções imperialistas de Vladimir Putin. Em entrevista à TSF, Volodymyr Omelhan pediu que os países “não cometam o erro que cometemos com Hitler e com Estaline há 70 anos” porque “teria sido fácil travá-los no início“.
Para isto, o ex-Ministro recomenda a imposição de sanções económicas a Moscovo e a suspensão da construção do gasoduto Nord Stream 2 que liga a Rússia à Alemanha e o corte dos fluxos financeiros do exterior para os bancos russos. “Sairá muito mais caro concertar os efeitos da invasão do que preveni-la”, avisa.
Omelhan alerta ainda que a Ucrânia não é o único alvo de Putin. “Na cabeça deles não é apenas a Ucrânia, estão prontos a chegar ao canal da mancha, França, a Portugal e expandirem-se por toda a Ásia Central. Por isso, devemos levá-los a sério porque se amanhã invadirem a Ucrânia, no dia seguinte estarão na Polónia e vão tentar continuar”, sublinha.
Algumas companhias aéreas já começaram a cancelar voos com destino à Ucrânia ou a desviar as rotas, sendo que um voo com origem no Funchal e com destino a Kiev foi desviado para a Moldávia no sábado.
O ex-Ministro considera que esta resposta é exagerada. “Há muitos voos para Israel, África e outros países onde há guerra e ninguém acha que haja um grande risco. Na Ucrânia não há registo de bombardeamentos ou coisas do género”, conclui.
Adriana Peixoto, ZAP // Lusa
Então como é que é? A Rússia quer mesmo impedir que a Ucrânia integre a Nato e por isso é que está a ameaçar a Ucrânia?
E a EU USA vão mesmo levar a Ucrânia para a Nato….?
Está aqui um impasse do carago.
A Ucrânia é importantíssima para a segurança da Europa!!! Tão importante que os americanos estão dispostos a lutar até ao último europeu para a defender …
Agora num tom menos jocoso: Continuar a aumentar a tensão desta forma e a colocar as bases militares americanas cada dia mais próximo da Rússia e China só pode as lançar nos braços uma da outra.
E convenhamos que aí realmente a Europa/USofA só tem a perder contra um bloco por um lado extremamente populoso e que não teria problema em perder 200 ou 300 milhões de bocas a alimentar e por outro com a maior capacidade de recursos e nuclear do planeta.
A Rússia “só” tem 145 milhões de habitantes!…
E a maioria vive na pobreza…
Eu também acho que se houver guerra com a Rússia o mais certo é a China poder vir a tomar partido da Rússia e aí estamos bem lixados.
Para mim é simples: Putin está a convencer a opinião internacional do mais óbvio, quando nada do que Putin faz é óbvio. Ou seja, segundo Putin, a Ucrania não pode juntar-se à NATO porque a Rússia não quer a NATO junto à fronteira. Se não respeitarem isto ele invade a Ucrânica… Ficando assim na fronteira com diversos países da NATO: Eslováquia, Roménia, Polónia, Moldávia e Hungria… Genial, de facto. Pra quem não queria fronteiras com a NATO nem com a UE. Hvaverá desculpa mais esfarrapada? O Putin quer é passo a passo ir ganhando território, em particular território Europeu.
A Ucrânia (que é um país muito importante para a Rússia em vários sentidos) é uma pedra no sapato do Putin, que com a sua megalomania acha que consegue voltar a juntar tudo de volta na “grande Rússia”.
Com a oposição interna controlada (e o povo russo a viver cada vez pior) vai minando e fazendo estes jogos estratégicos para ver como e até onde pode ir…
Com isso já anexou a Crimeia e, como se percebe, não vai ficar por aí se não houver pressão internacional para o chamar à razão.
Não acho que seja por isso. Mas o NATO não é uma organização megalómana? Para que raio serve? Já uma vez protegeu um estado-membro contra alguma atrocidade?
E os EUA não é megalómano? Tem bases militares em todos os lados na Terra. Explodiram armas nucleares eliminando ilhas, cidades e estão a bombardear em qualquer pais que lhes apetecem. Pergunto: quem é que lhes deu autorização para serem o polícia do mundo? Eu certamente não.
O Boris não é capaz devdistinguir uma festa de uma reunião de trabalho, quanto mais o que se passa na Ucrânia!…
A paz na Ucrânia conseguia-se da seguinte maneira:
1. A Ucrânia renunciava para sempre a pertencer à NATO.
2. A Ucrânia concordava em nunca ter bases ou tropas estrangeiras no seu território.
3. A Ucrânia concordava em finalmente cumprir com o estabelecido nos acordos de Minsk.
4. A Rússia comprometia-se a respeitar a independência e soberania da Ucrânia, sendo esse compromisso ratificado pelo Conselho de Segurança da ONU.
5. A Rússia ajudaria a Ucrânia a recuperar a sua economia
Desta forma a paz ficaria garantida, a Ucrânia ficaria livre de qualquer ameaça e poderia dedicar-se ao desenvolvimento da sua economia. Algum problema com isto?…
Eheheheee… Putin, és tu?!
Fazes o que te apetece na Rússia (onde o povo vive cada vez pior) e agora achas que a Ucrânia é o teu quintal, onde pões e dispões à tua vontade??
A Ucrânia pode aderir e receber as tropas que lhe apetecer e não é um ditador russo que lhes vai dizer o que podem ou devem fazer!!
A única coisa boa que vai sair disto é diminuição da dependência energetica europeia da Rússia e com isso a diminuição do poder negocial/chantagem da Rússia face ao ocidente.
Bien analysé
aaahhhh…
Eu por acaso tenho “um problema com isso”
A que propósito?
Voltámos ao tempo da União Soviética ou dos impérios coloniais?
Então um país agora manda noutro e decide o que o outro pode ou não pode fazer?
A Rússia é que decide se a Ucrânia pode ou não pode fazer parte de qualquer comunidade?
Estás a brincar?
A Espanha agora poderia decidir que Portugal não pode fazer parte da NATO, ou da CPLP, ou do raio que lhe apeteça partir?
Só podes estar a gozar. Ou com uns copos a mais. Como diria o Eu!, Boris (Yeltsin), és tu??
E quando os EUA decidiram que Cuba não podia ter misseis russos no seu território? Isso já foi bom?…
O POMO DA DISCÓRDIA – A Dignífica Angela Merkel, Ex-Chanceler da Alemanha, ao receber das mãos do Czar Vladimir, um vaso de pétalas de rosas como reconhecimento da sua amizade, por ocasião da visita de despedida da política alemã e da UE, respectivamente. Afinal de contas tratava-se de uma personalidade da mais alta importância do cenário político mundial e figura proeminente do Continente Europeu. Mas, adicionando ao fato de tamanha relevância sabe-se que a Madame Angel Merkel e o Czar Vladimir foram amigos no passado soviético, quando o Vladimir era funcionário da extinta Agência de Espionagem Russa – KGB e prestava serviços funcionais na antiga República Democrática Alemã – RDA. Então, ao prestar o seu reconhecimento aos valiosos serviços ao povo alemão e importante desempenho tido como Dirigente ideológico da UE a ex–Chanceler , também, era sua conhecida do passado e se tratavam amistosamente como políticos respeitados. Voltando ao VASO DE PETALAS DE ROSAS : Será, que não foi colocado no meio das PÉTALAS um fruto misterioso e venenoso com o nome “UKRANIA 22”, afim de emaranhar as relações da União Européia e Otan(NATO) , Estados Unidos, Reino Unido ? É para se avaliar, repensar e talvez, admitir tal ffato. É o que pensa, no momeno joaoluizgondimaguiargondim – [email protected]
Um pouco “brava” essa pinga…
A Ucrânia é super importante para os Democratas dos EUA porque através do George Soros e o filho do Joe Biden, o Hunter Biden, praticamente engoliram tudo que é valor, especialmente o chernoziom, ou seja, a terra preta, a terra abundante para agricultura que está a ser roubada do povo ucraniano, aos pingos, em segredo. Agora uma percentagem significante dos deputados ucranianos são associados com a rede do Soros. Não foi por acaso que alguns anos atrás havia uma guerra interna pelo poder, e que o presidente foi envenenado com dioxina, e a sucessora foi presa. Alegadamente, o atual presidente é também aliado com Israel, e é um facto que há muitos israelitas na Ucrânia quais agora foram evacuados por sionistas. Ucrânia também tem agora atividades fascistas toleradas quais fazem atrocidades ferozes contra as minorias (polacos, húngaros etc) dentro do pais, e até já ameaçaram a Hungria com uma guerra. Ou seja, Ucrânia é um caldeirão a ferver e quem sabe se não for preciso de uma intervenção drástica para endireitar as coisas. O povo ucraniano está a sofrer em necessidades. Eles não tem assim futuro, e o seu próprio pais está a ser roubado por mafiosos milionários do oeste. A coisa está muito mais complicada do que a maioria dos leitores acham cá em Portugal.
Claramente uma “overdose” de Youtube/Facebook “brasileiros”!…
Claro que não seria o mais sensato para a pobre Ucrania, que só piora a sua situação querendo se aliar a Nato.
Sr. Eu, o que acharias se tropas Russas ou Chinesas colocassem bases militares no Canadá ou no México? Suponho que já esqueceu do que ocorreu nos anos 60 em ilha caribenha. De outra forma, quem está a provocar quem? Também estimulam conflitos na ilha de Taiwan. Se já houve antecedentes, a China até que é respeitosa quanto a não intervenção e não ha bloqueio algum. Já pensaste nisso? E então, quem é quem?