A Juventus foi esta sexta-feira penalizada com a perda de 15 pontos na Liga italiana de futebol por irregularidades financeiras na transferência de jogadores, anunciou a Federação Italiana de Futebol (FIGC).
A Juventus tinha sido absolvida neste caso, juntamente com outros clubes, em 2022, mas o tribunal federal de recurso da federação aceitou o pedido para reabrir o processo, devido a elementos transmitidos pela justiça italiana, que também está a investigar as contas da ‘vecchia signora’.
Este processo sobre ganhos de capital tem como base a suspeita que o valor das transferências de jogadores teria sido inflacionado com o objetivo de aumentar as receitas do clube.
A federação refere que a penalização de 15 pontos é para ser aplicada na “presente época”, numa punição que foi além dos nove pontos que tinham sido pedidos.
Para além da perda de pontos, decisão que é passível de recurso, foram impostas suspensões aos ex-dirigentes do clube italiano, como no caso do ex-presidente Andrea Agnelli, com uma “inibição temporária de 24 meses de realizar atividades no âmbito do FIGC, com pedido de extensão à UEFA e FIFA”.
Os outros clubes envolvidos – Sampdoria, Pro Vercelli, Génova, Parma, Pisa, Empoli, Novara e Pescara -, bem como os respetivos dirigentes, foram absolvidos.
A Juventus, que estava no terceiro lugar da Liga italiana de futebol com 37 pontos, vai passar para o conjunto de equipas que soma 22, no 10.º posto, já longe do primeiro, o Nápoles com 47, e dos lugares de acesso à Liga dos Campeões.
Na reação à notícia, o treinador da equipa, Massimiliano Allegri, confirmou que não tem planos de se demitir. “Sou treinador da Juventus e continuarei a sê-lo, a menos que me mandem embora. Estes são momentos em que temos de assumir a responsabilidade por aquilo que somos e fazemos. Nos tempos difíceis, temos de ser homens”, afirmou citado pelo portal italiano Tuttomercatoweb.
“Quando as coisas correm bem, está tudo bem. Quando há dificuldades, é mais estimulante e deve preocupar a todos. No campeonato, a classificação deste momento diz-nos que estamos a 12 pontos do quarto lugar. Amanhã, vamos tentar fazer um bom jogo”, completou, na antevisão do jogo com a Atalanta.
Ronaldo pode processar
Um documento publicado agora pelo jornal italiano Corriere della Serra confirma que a Juventus ainda deve dinheiro a Cristiano Ronaldo, pelo que o jogador pode processar o seu antigo clube.
Em causa estão alegados pagamentos não declarados que o clube fez aos seus jogadores depois da pandemia. CR7 ainda estava na equipa quando a Juventus anunciou que os jogadores iriam abdicar dos salários durante quatro meses para ajudar o clube a aguentar com a crise causada pela covid-19.
Um dos documentos secretos em causa tinha Cristiano Ronaldo como alvo. No documento, a Juventus confirma os seus compromissos financeiros com o português, mas o craque nunca assinou os papéis nem recebeu qualquer verba.
O jornal La Reppublica escreve ainda que a Juventus deve a Ronaldo uma verba de 19,6 milhões de euros.
Jogadores a preço de saldo
Com a crise a assolar a Juventus e com as contas do clube ainda mais dificultadas pela saída precoce da Liga dos Campeões, há outros clubes europeus prontos a capitalizar com esta situação e a aproveitar para comprar os jogadores do clube de Turim a preço de saldo.
Um dos jogadores que deve estar de saída é o norte-americano Weston McKennie, que já foi associado a uma saída para o Tottenham e que está agora na lista dos possíveis reforços do Manchester United, que estão a estudar um empréstimo do jogador.
O argentino Leandro Paredes, que foi emprestado pelo PSG à Juventus esta época, também pode estar de saída e não ficar permanentemente na equipa italiana. O contrato previa inicialmente uma obrigação de compra, mas a eliminação da Juventus da Liga dos Campeões anulou esta cláusula, pelo que Paredes deve regressar ao clube parisiense.
Há apenas um ano na Juventus, o avançado sérvio Dusan Vlahovic também está a ser associado a uma saída do clube. O jogador, que já foi uma grande obsessão do Arsenal, está também a ser ligado a possíveis saídas para o Manchester United ou para o Tottenham.
Os grandes salários de Juan Cuadrado e de Alex Sandro também devem ditar as suas saídas em junho de 2023, quando os seus contratos expirarem. A componente económica será prioritária nas novas escolhas do clube e não haverá espaço para contratos tão caros com jogadores mais velhos
O futuro é ainda incerto para Adrien Rabiot, que tem estado em grande forma esta época. No jogador também deve estar de saída e já esteve perto de assinar pelo Manchester United no último verão, tendo os reds depois acabado por comprar Casemiro ao Real Madrid para reforçarem o meio campo.
ZAP // Lusa