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Quem paga juros da casa pode contar com “folga no orçamento este ano”

O Banco Central Europeu (BCE) desceu, nesta quinta-feira, as taxas de juro em 25 pontos percentuais. Uma boa notícia para quem tem crédito à habitação e que confirma uma tendência de descida que se deverá manter ao longo do ano.

É a sexta vez consecutiva que o BCE desce as taxas de juro de referência. Após a reunião de política monetária realizada nesta quinta-feira em Frankfurt, na Alemanha, a taxa fica nos 2,5%.

É “a descida mais fácil de fazer este ano”, considera a analista de mercados Catarina Castro, em declarações à SIC Notícias, notando que “vem confirmar e consolidar” o “ritmo de confiança” de que as pessoas “poderão contar com esta folga no orçamento familiar para este ano”.

Porém, após esta descida nos juros, e face à incerteza global, “será mais difícil avaliar os riscos”, aponta a especialista.

Mas Catarina Castro entende que a trajectória de descida dos juros “mantém-se intacta” e que deve continuar a fazer o caminho de descida para os 2%, e para os 1,5% em 2027.

Contudo, pode ter “um percurso mais lento” e “poderá incluir pausas”, conforme a conjuntura internacional, alerta.

Nesta altura, “os riscos são altos”, nomeadamente devido à guerra comercial e às tarifas de Donald Trump que podem impactar a inflação, sublinha a analista de mercados.

Há muita “imprevisibilidade” quanto “ao ritmo” e em relação à “direcção geográfica” onde Donald Trump decidirá atacar com novas tarifas, analisa ainda, destacando que é preciso “muita prudência”. Até porque estamos no “nível mais alto de risco geo-económico e financeiro dos últimos 10 anos”, salienta Catarina Castro.

Euribor a 3 meses acima de 2,5% antes da descida do BCE

Ainda antes da reunião do BCE, a Euribor, a taxa de juro utilizada no crédito à habitação, subiu a três, a seis e a 12 meses face a terça-feira.

No prazo mais curto, ficou de novo acima de 2,5% depois de ter estado abaixo deste nível durante cinco sessões consecutivas.

Com estas alterações, a Euribor a três meses avançou para 2,511%, continuando acima da taxa a seis meses (2,394%) e da taxa a 12 meses (2,448%).

Dados do Banco de Portugal referentes a janeiro indicam que a Euribor a seis meses representava 37,75% do ‘stock’ de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável.

Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 32,52% e 25,57%, respectivamente.

ZAP // Lusa

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