Juíza que julga Salgado no processo EDP foi casada com alto quadro do Grupo Espírito Santo

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José Sena Goulão / Lusa

Ricardo Salgado

A juíza não revelou que foi casada com um alto administrador do GES por entender não haver razão para tal. As defesas estão a estudar a situação e questionam a imparcialidade da magistrada.

Margarida Ramos Natário, uma das magistradas encarregadas de julgar Manuel Pinho, ex-ministro da Economia, a sua esposa Alexandra Pinho e o ex-banqueiro Ricardo Salgado, já foi casada com um alto quadro do Grupo Espírito Santo (GES).

De acordo com o Público e a SIC Notícias, a juíza não informou o tribunal sobre esta relação, alegando não ver razão para tal. Esta revelação levanta questões sobre a imparcialidade da magistrada.

Natário é mãe de três filhos com Miguel Natário Rio-Tinto, que desempenhou papéis importantes no GES e atualmente trabalha para o Banco do Governo do Dubai. O ex-marido da juíza esteve no GES quando Ricardo Salgado presidia o grupo e foi mais tarde nomeado administrador do Novo Banco.

A juíza e Miguel Rio-Tinto divorciaram-se em Agosto de 2014, alegadamente para proteger o património dos filhos face a ações legais contra o BES. No entanto, a relação só terminou de facto em Julho de 2015.

Segundo a SIC, uma das testemunhas chamadas a depor pelo Ministério Público foi Presidente da Espírito Santo Informática quando o ex-marido de Margarida Ramos Natário era vogal na mesma empresa.

Em resposta ao Público, via Conselho Superior da Magistratura (CSM), Margarida Ramos Natário afirmou que “tenciona cumprir as suas funções de juíza adjunta neste julgamento até ao fim”. O juiz presidente da comarca de Lisboa, Artur Cordeiro, através do CSM, disse que apoia a decisão da magistrada.

Quando questionados sobre a situação, os advogados das partes envolvidas demonstraram surpresa. Ricardo Sá Fernandes, advogado de Manuel Pinho, indicou que necessitará de “analisar muito bem a questão”. O advogado de Alexandra Pinho, Magalhães e Silva, salientou que será necessário avaliar se a imparcialidade da juíza está em causa. Francisco Proença de Carvalho, advogado de Ricardo Salgado, preferiu não comentar.

ZAP //

4 Comments

  1. Portugal é um país de corruptos! É uma vergonha! Chegou a hora de mudar e acabar com tudo e todos os espertos! Chegou a hora! Cada um de nós é um missionário e deve cobrar! Vale tudo!

  2. De vez enquanto vem assim umas “novidades” , no que diz respeito ao Processo BES . É a técnica que consiste a acrescentar sempre algo para que nunca chegue a Julgamento . Já o afirmei por varias vezes , Salgado e seus comparsas serão un Dia julgados a titulo posthume ! ……… como se diz , (enquanto o pau vai e vem folga o corpo) ! .

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