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Juiz brasileiro ordena detenção de seis suspeitos da violação coletiva

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Um juiz do Rio de Janeiro ordenou esta segunda-feira a detenção de seis dos cerca de 30 suspeitos de terem violado a adolescente de 16 anos, mas a polícia brasileira não conseguiu encontrar nenhum deles.

Os acusados foram declarados fugitivos pela justiça brasileira, depois de dezenas de agentes da polícia militarizada do Rio de Janeiro terem realizado uma intensa operação de busca em várias favelas da cidade, sem que tenham detetado nenhum dos suspeitos.

A operação decorreu cinco dias depois de várias pessoas terem denunciado a circulação de um vídeo nas redes sociais, no qual a jovem aparece nua e desmaiada, com os órgãos genitais a sangrar, enquanto o autor da gravação comenta que foi violada por, pelo menos, 30 pessoas.

A jovem denunciou, perante a polícia, que foi drogada e violada por 33 homens, alguns armados com pistolas e espingardas, numa casa usada por alegados traficantes de droga para encontros sexuais com menores no Morro do Barão, um bairro pobre na zona oeste do Rio de Janeiro.

Entre os acusados sob ordem de detenção encontra-se um homem conhecido como “Da Russa” e que é identificado como o chefe da organização que controla o tráfico de drogas no Morro do Barão.

Foi também ordenada a detenção do rapaz que a menor violada identificou como seu namorado e em cuja casa disse ter passado a noite de sábado, 21 de maio, antes de acordar, no dia seguinte, drogada e nua, numa outra habitação, onde foi atacada.

Outro dos visados na ordem de detenção é um homem de 22 anos que no sábado se apresentou numa esquadra da polícia, identificando-se como o autor do vídeo difundido na Internet.

Este suspeito disse ter tido relações sexuais “consentidas” com a vítima, mas negou ter participado na alegada violação coletiva.

Outro dos fugitivos é o homem que publicou, em primeiro lugar, o vídeo nas redes sociais. Foi ordenada a detenção de dois outros homens.

Os seis suspeitos foram procurados, sem sucesso, em diferentes casas nas favelas da Cidade de Deus e Rula, assim como nos bairros de Recreio dos Bandeirantes, Taquara e Praça Seca.

O caso chocou o Brasil e gerou uma cadeia de condenações nas redes sociais, incluindo de Dilma Rousseff, a Presidente temporariamente suspensa do cargo, e do Governo interino liderado por Michel Temer, além de organismos como as Nações Unidas, entre outros.

Temer anunciou a criação de um departamento, ao nível da polícia federal, para coordenar em todo o país o combater aos crimes contra a mulher e sublinhou que o Governo está mobilizado, juntamente com a justiça brasileira, para “castigar com rigor os autores da violação”.

Em várias cidades brasileiras decorreram manifestações de apoio à jovem e de condenação às violações e às tentativas de responsabilizar as vítimas.

Segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, uma mulher é violada a cada 11 minutos no país e, em 2014, 47.636 pessoas foram vítimas de agressões sexuais.

/Lusa

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