Sem tendas para descansar e mal pagos. Jovens denunciam trabalho abusivo na JMJ

5

Estela Silva / Lusa

JMJ: Peregrinos participam no Festival Gaia GodTellers

Os trabalhadores queixam-se de a empresa não ter cumprido as suas promessas. Há quem não tenha ganho dinheiro com a venda ambulante de água.

Os trabalhadores que participaram na organização da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) no Parque Tejo acusam a empresa Galáxia Gulosa de não cumprir com as condições laborais previamente acordadas.

O Sindicato de Hotelaria do Sul confirmou que recebeu “inúmeras denúncias” sobre a situação e há planos para uma queixa coletiva à Autoridade para as Condições do Trabalho, escreve o Jornal de Notícias.

De acordo com os jovens vendedores ambulantes, não lhes foi pago o montante prometido, e tiveram de trabalhar em temperaturas de 40 graus sem fornecimento de água ou refeições.

“Propuseram-nos um valor base de 150 euros mais comissões, trabalharmos dentro de bares protegidos do calor, com quatro refeições e água gratuitas e um espaço para descansarmos. Entretanto, disseram-nos que isso não estava a ser viável para os organizadores e que iríamos fazer venda ambulante e ganharíamos 40 cêntimos por cada garrafa de água”, explica Inês Monteiro, uma das queixosas, que acrescenta que desmaiou três vezes por causa do calor e do cansaço.

“Eu e o meu namorado trouxemos 15 euros para casa cada um, mas houve pessoas que não levaram nada”, frisa. Foram também distribuídas “credenciais falsas” porque a “organização da Jornada da Juventude não quis ter trabalho”.

As tarefas laborais, que deveriam ter começado na manhã do dia 5 de agosto, só arrancaram ao início da tarde, o que levou vários a desistirem. Marta Sousa, outra trabalhadora, corrobora as queixas de Inês e acrescenta que a empresa não respondeu às suas dúvidas e não cumpriu com as promessas feitas, incluindo fornecer tendas para descanso e estacionamento.

“Estávamos ali desde as 7 horas, sem comer nem beber e sem produtos para vender. Era suposto trabalharmos das 7 horas de sábado às 19 horas do dia seguinte (domingo)”, refere.

O Sindicato da Hotelaria do Sul mencionou ainda denúncias sobre a violação dos limites máximos diários de trabalho e a falta de contratos laborais formais entre os trabalhadores e a empresa.

A Galáxia Gulosa, em resposta, desvalorizou as acusações. O advogado da empresa esclarece que a responsabilidade sobre as condições laborais dos trabalhadores recaía sobre uma outra entidade, a sociedade Breakevents. A empresa afirmou cumprir todas as normas e estar sujeita a fiscalizações frequentes por diversas entidades.

A Fundação JMJ, por sua vez, declarou que a venda de bebidas não estava sob a sua responsabilidade direta.

ZAP //

5 Comments

  1. Concluindo, ninguém assume responsabilidades, e continua tudo na mesma… Viva Portugal, pais que beneficia oportunistas e canalha.

  2. Enquanto estes parasitas tiverem o aval de quem se dobra de joelhos, Portugal e os Portugueses vai-se esgotando. As leis não são cumpridas, os direitos são devassados e ignorados e as chamadas entidades competentes que usam milhares da receita nacional sem nada produzirem, são coniventes devidos a interesses familiares e políticos.. E é esquecer a justiça, o honus da sua demora só favorece quem prevarica.

  3. Não ganharam nada? Queriam o quê? Contentem-se com a penitência, e a virtude de continuar pobrezinhos, que é o que sempre tem dito a santa madre igreja, que certamente vos compensará o sacrifício com a promessa do perdão de alguns dos vossos pecados,

  4. então mas não era para trabalharem de Borla em devoção a Deus? Do que se queixam agora? Foram porque quiseram , segundo sei era trabalho Voluntario.

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.