Maioria dos jovens entre os 20 e os 30 anos ganha menos de mil euros

A maioria dos trabalhadores (60,7%) por conta de outrem, com idades entre os 20 e os 30 anos, tem um rendimento mensal líquido abaixo dos mil euros.

De acordo com o Jornal de Notícias, os baixos salários são mais expressivos quando se calcula o rendimento média mensal da principal atividade, sem contar com os segundos empregos. Cerca de 436,4 mil recebiam menos de mil euros e 134,7 mil recebiam mais de mil euros.

Dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) relativos a 2022 mostram que os jovens adultos ganhavam em média 843 euros. Os números avançados deixam de fora os trabalhadores independentes ou os casos e irregularidade laboral, como os “falsos recibos verdes”.

Os maiores salários permanecem em maioria nos homens – estes ganhavam em média 874 euros e as mulheres ganhavam 812 euros.

No ano passado, cerca de 58% dos jovens a trabalhar por conta de outrem tinham contrato sem termo (416,6 mil), enquanto 265,1 mil tinham contrato com termo.

Tanto nos trabalhadores que recebiam mais de mil euros como naqueles que recebima menos, os homens ganhavam em média mais do que as mulheres.

“Há um trabalho ascendente e positivo de trazer mais jovens para o Ensino Superior, mas corremos o risco de não conseguir reter o talento, porque não temos salários competitivos face ao resto da Europa”, disse Rui Oliveira, presidente do Conselho Nacional da Juventude (CNJ).

Trata-se de “uma geração que fez uma aposta nos estudos, mas que está desiludida” com a falta de oportunidades e de “remunerações atraentes” e a consequente perda de qualidade de vida, indicou.

De acordo com a Pordata, 10.535 pessoas entre os 20 e os 29 anos saíram de Portugal em 2021 para viver no estrangeiro por mais de um ano.

Os baixos salários geram outro tipo de problemas, como “não poder sair de casa dos pais”, apontou Dinis Lourenço, coordenador nacional da Interjovem, a organização específica da CGTP para os jovens trabalhadores.

“Os salários dos jovens trabalhadores servem hoje para compor o orçamento familiar. Mesmo os que moram em casa dos pais não conseguem poupar”, referiu.

ZAP //

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