Jonathan Kobrin descreve os momentos caóticos que atravessou à porta do Estádio Wembley. Tinha bilhete válido mas, no meio da confusão, foi colocado fora do recinto.
O dia 11 de julho de 2021 seria mágico para Jonathan Kobrin. O estudante de 17 anos foi surpreendido pelos pais, que lhe deram um bilhete para a final do Europeu 2020, entre Itália e Inglaterra. Mas o dia de sonho transformou-se em dia de pesadelo, à porta do Estádio Wembley.
No meio da confusão e das cenas de violência que marcaram as horas anteriores à final, centenas de pessoas quiseram entrar no estádio sem bilhete mas Jonathan, que tinha bilhete válido, não conseguiu entrar.
O jovem chegou à zona do estádio três horas antes do início da partida. Foi com o seu pai e com um amigo. No início, a atmosfera estava “bastante agradável”, com toda a gente a cantar, contou ao jornal The Times.
Depois de as portas abrirem, muitas centenas de pessoas começaram a criar uma fila para entrar. Havia alguns polícias por perto, mas sem qualquer problema até aí. No entanto, ao passar pelo torniquete de acesso às bancadas, onde se valida o bilhete, começaram os problemas.
“Não havia ninguém atrás de mim, mas assim que passei o bilhete e aquilo ficou verde, fui empurrado por um homem encapuzado, e o torniquete levou-me para a frente com ele. Assim que apareci do outro lado, os seguranças agarraram-me pelos braços, colocaram-me numa sala no outro lado e fui expulso”, contou o jovem.
“Achei que iria ser preso – e só estava a tentar entrar em Wembley com um bilhete válido. O outro homem fugiu logo. O meu amigo, que já estava lá dentro, ficou à minha espera e os seguranças agarraram-no e ameaçaram expulsá-lo“, continuou o adepto de Hampstead, no norte de Londres.
Jonathan ainda implorou aos responsáveis pela segurança para o deixaram entrar mas não entrou. O jogo começou, ele ouviu no exterior os gritos dos compatriotas quando foi o golo de Luke Shaw (logo ao segundo minuto).
Depois conseguiu confirmar que o seu bilhete era válido mas, quando chegou aos portões de acesso às bancadas, foi informado de que já não poderia entrar. O acesso tinha sido fechado por causa dos hooligans que tentaram entrar à força.
Às 20h30, meia hora depois do início da final, o jovem desistiu, veio embora e esperou que alguém o viesse buscar, para ir para casa. “Foi muito perturbador, muito triste”, lamentou Jonathan, que espera que alguém lhe devolva o dinheiro que pagou pelo bilhete.
Os confrontos atingiram o pai de Harry Maguire, defesa da seleção inglesa, que ficou com suspeitas de costelas partidas.