A jovem que abandonou o filho recém-nascido no lixo, em Lisboa, esteve institucionalizada durante 13 anos em Cabo Verde. A sua mãe está agora a lutar pela guarda da criança.
Numa entrevista ao programa Sexta às 9, da RTP, a mãe da jovem que abandonou o filho recém-nascido num caixote do lixo, em Lisboa, contou que a filha esteve institucionalizada em Cabo Verde e que agora, em Portugal, não sabia que esta vivia na rua.
Manuela Correia explicou que, em 2002, entregou dois dos três filhos à Aldeias Infantis SOS porque não tinha possibilidades económicas de ficar com eles: Sara Furtado, na altura com cinco anos, e o irmão de apenas cinco meses.
Em 2008, a cabo-verdiana veio para Portugal, sem os dois filhos, mas com o objetivo de um dia reunir toda a família. O que viria a acontecer em 2017, quando Sara, já com 19 anos, veio diretamente da instituição para Lisboa.
A progenitora assegura que não sabia que a jovem vivia na rua, e muito menos que estava grávida, porque falavam frequentemente e esta lhe dizia que tinha um trabalho e que vivia com o namorado.
“Descobri pela TV que vivia na rua. Não dormi à noite”, conta a mãe ao programa, citada pelo Diário de Notícias.
A família tem agora duas advogadas para lutar pela guarda do bebé. “É o primeiro neto, quero muito tê-lo comigo”, declarou Manuela Correia, acrescentando que “o menino tem a avó e toda a família à espera. Estamos de braços abertos à espera dele”.
Sobre o comportamento da filha, a cabo-verdiana reconhece que foi errado, mas pede compreensão. “Está doente, tem de ser tratada. Não concordo com o que fez, mas é a minha filha, eu amo-a”.
Sara encontra-se em prisão preventiva no Estabelecimento Prisional de Tires por suspeitas do crime de homicídio na forma tentada. A criança está com uma família de acolhimento, conforme decisão do Tribunal de Família e Menores de Lisboa.