As denúncias feitas pelos jornalistas falam em “mordaças” e peças censuradas. Dizem ainda que recusam ser instrumentos de propaganda.
Em declarações ao jornal Público, Catarina Domingues, jornalista que já trabalhou na Teledifusão de Macau (TDM), estação pública, assume estar preocupada com a imposição de “mordaças” aos jornalistas no território que já foi administrado por Portugal.
Esta é uma entre vários jornalistas portugueses em Macau que têm denunciado pressões por parte das autoridades chinesas e diz notar-se uma “apatia e silêncio nos meios de comunicação social e do público em geral”.
As denúncias têm sido feitas, depois da rádio e televisão pública ter exigido aos jornalistas de língua portuguesa e inglesa que seguissem uma política editorial patriótica.
Ainda que a administração da TDM diga que tudo não passa de “especulações e rumores”, a própria Associação de Jornalistas de Macau, que representa jornalistas de língua chinesa, continua a sublinhar que os repórteres não são instrumentos de propaganda.
Também o Sindicato dos Jornalistas já reagiu manifestando “enorme preocupação” e “solidariedade” para com os jornalistas de língua portuguesa e inglesa da TDM.
A antiga presidente da Associação de Jornalistas de Macau, Connie Pang, assumiu que as pressões e controlo existem há mais de uma década e que por várias ocasiões, editores ou diretores receberam chamadas de membros do governo a queixarem-se de artigos, que em alguns casos resultou em peças censuradas.
Os jornalistas queixam-se que as pressões têm vindo a aumentar, principalmente desde os últimos acontecimentos em Hong Kong, onde tem havido protestos pró-democracia.