Num julgamento que decorreu a porta fechada, um tribunal da Jordânia condenou esta segunda-feira dois ex-funcionários do reino a cumprir 15 anos de prisão por um alegado esquema que visava fomentar agitação civil.
Bassem Awadallah, que tem cidadania norte-americana e foi assessor do rei Abdullah II, e Sharif Hassan bin Zaid, membro da família real, foram condenados por sedição e incitamento, revelou esta sexta-feira o Guardian. Ambos eram acusados de ter conspirado com o príncipe Hamzah, meio-irmão do rei, mas declararam-se inocentes.
Os três homens foram acusados de fomentar agitação contra o monarca enquanto solicitavam ajuda estrangeira. De acordo com a família real, a situação com Hamzah foi resolvida, não tendo este sido formalmente acusado. Num vídeo divulgado em abril, após ter sido colocado em prisão domiciliar, negou as acusações, indicando que estava a ser silenciado por se manifestar contra a corrupção e a má governação do reino.
Michael Sullivan, um ex-promotor federal contratado pela família de Bassem Awadallah nos EUA, disse à agência Associated Press que o julgamento a portas fechadas foi “completamente injusto”. Segundo este, Bassem Awadallah foi espancado, submetido a choques elétricos e ameaçado de maus-tratos “se não confessasse” os crimes.
O tribunal não autorizou os pedidos da defesa para chamar testemunhas. A promotoria negou que o julgamento tenha sido injusto, declarando que Bassem Awadallah foi tratado de acordo com a lei do país e que não foi alvo de violência, apenas levantando acusações de tortura quando o veredicto se aproximava.