Trinta e nove mil milhões de dólares. O custo real dos Jogos Olímpicos de Inverno será dez vezes superior àquele divulgado publicamente.
O Presidente chinês, Xi Jinping, disse que o país ia organizar uns “Jogos Olímpicos simples, seguros e esplêndidos”, apesar do aumento dos casos de covid-19 na China. Esta é uma visão completamente distinta dos Jogos Olímpicos de 2008, em que o país gastou 42 mil milhões de dólares.
Segundo os registos oficiais, estes são os Jogos mais baratos das últimas duas décadas, com um orçamento de 3,9 mil milhões de dólares. No entanto, rapidamente surgiram dúvidas de que este tenha sido o valor realmente gasto pela China.
Uma investigação do Insider sobre os números revelou que a soma real é superior a 38,5 mil milhões de dólares — dez vezes mais do que o orçamento oficial.
“Vindo da China, ainda é mais difícil obter informações detalhadas ou precisas. Não preciso de dizer que as coisas são fortemente centralizadas e controladas lá. Não vi nenhuma estimativa”, disse o economista desportivo Andrew Zimbalist.
Custos para infraestruturas de transporte, infraestruturas desportivas e construção da vila olímpica, por exemplo, não estão mencionados nos registos oficiais. O Insider descobriu que há dezenas de outros custos que ficaram fora das contas do Governo chinês.
O National Speed Skating Oval, uma arena de patinagem, também está fora da lista de custos, assim como outras infraestruturas que foram reaproveitadas.
Também é provável que a China tenha escondido as despesa de manter a sua bolha de covid-19, negligenciando tabular os altos custos ambientais e sociais dos Jogos Olímpicos de Inverno.
“Eles vão desviar a água dos usos agrícolas para fazer a neve artificial. Esses custos ambientais não serão incluídos. E os custos sociais, que terão a ver com a rutura e deslocamento de pessoas, não serão incluídos”, disse Zimbalist ao Inverse.