O escândalo de corrupção de resultados combinados no futebol espanhol implica sete jogadores do Valladolid que terão sido comprados no jogo com o Valência, conforme adianta o jornal El Mundo, revelando que tem em seu poder escutas telefónicas que os implicam.
O diário espanhol adianta que, pelo menos, sete jogadores do Valladolid terão sido “comprados” no encontro frente ao Valência, da 38.ª e última jornada da Liga espanhola de futebol.
De acordo com o El Mundo, nas conversas gravadas pela polícia, o ex-futebolista Carlos Aranda, um dos implicados na Operação “Oikos” que investiga vários jogadores das primeira e segunda Ligas espanholas por suspeitas de manipulação de resultados de jogos para obter benefícios em apostas, deu alegadamente instruções para manipular o desafio.
“Vê, irmão, que o Valência vença a primeira e a segunda parte, certo? Há sete jogadores comprados”, terá dito Carlos Aranda. Esta frase e outras, juntamente com diversos indícios, nomeadamente contactos entre futebolistas, terão levado os investigadores à conclusão de que o resultado do jogo entre Valladolid e Valência (0-2) estava combinado.
“Aposta 10 mil euros e levarás 20 mil”, terá dito ainda Carlos Aranda a uma funcionária de uma casa de jogos que detém em Málaga, conforme outra conversa telefónica interceptada citada pelo El Mundo.
O triunfo permitiu aos valencianos, equipa onde joga o português Gonçalo Guedes, assegurar a quarta e última vaga para a próxima edição da Liga dos Campeões numa altura em que o Valladolid já tinha garantida a permanência na Liga.
O El Mundo revela que a investigação tem em seu poder seis meses de escutas telefónicas efectuadas aos principais implicados no caso.
Vários jogadores e ex-jogadores foram detidos a 28 de Maio último, entre os quais o ex-jogador do Real Madrid e ex-internacional espanhol Raúl Bravo, por suspeitas de terem criado uma organização para manipular os resultados de jogos e obter ganhos em apostas.
Os grandes mentores do esquema seriam Raúl Bravo e Carlos Aranda, especialmente no caso do Valladolid-Valência, jogo em que terá sido também essencial o papel de Borja Fernández, o ex-capitão do Valladolid que pendurou as chuteiras em Maio passado.
O juiz de instrução do caso destaca que Borja Fernández detinha uma “posição privilegiada para propor e influenciar todos os jogadores“. Ele terá mantido uma reunião decisiva com Raúl Bravo dois dias antes do encontro num bar de que é proprietário, segundo o El Mundo.
Outra reunião determinante para a combinação do jogo terá decorrido na casa de um dos atletas do Valladolid, Sergio Gotán Gallardo, também com a presença de Borja Fernández. Nesse encontro, os atletas alegadamente implicados terão acertado pedir uma gratificação de 50 mil euros pela combinação.
ZAP // Lusa