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Jogadora transexual de voleibol vai candidatar-se a deputada

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No último dia do prazo, Tiffany filiou-se ao maior partido brasileiro, o MDB, de Michel Temer, e vai concorrer a deputada nas eleições de outubro.

Segundo o Diário de Notícias, a maior vedeta da Superliga de Vólei do Brasil, ao serviço do Bauru, Tiffany, que antes era Rodrigo Abreu, pegou na fama que o desporto lhe deu e comprou um passaporte para a política.

Tiffany, que acabou de renovar contrato com o Bauru, filiou-se ao ideologicamente indefinido MDB, que pretende continuar a ser o principal representado nas câmaras alta e baixa, Senado, Câmara dos Deputados.

Tiffany terá apenas cerca de quatro milhões de reais – um milhão de euros aproximadamente – do fundo público partidário para gerir nos tempos de antena até outubro e tentar eleger-se deputada federal por São Paulo.

A jogadora de vólei, que nos campeonatos português, espanhol, francês, holandês, belga e indonésio ainda participou como Rodrigo, mas em Itália e agora no seu país natal surgiu já com a mudança de sexo realizada como Tiffany, não é caso único.

Segundo a Aliança Nacional LGBTI+, perto de cem candidatos a cargos públicos nas eleições de 7 de outubro são assumidamente homossexuais ou aliados. No último levantamento, de março passado ainda sem Tiffany, constavam 93 nomes: 43 gays, 12 lésbicas, 15 mulheres trans, um homem trans, oito bissexuais masculinos, três bissexuais femininos, quatro travestis e sete incluídos no item “outros”.

Entre estes “outros” a Aliança Nacional LGBTI+ incluiu a candidata à presidência da República pelo comunista PCdoB Manuela D”Ávila. “Embora não seja gay, a Manuela entra como “outros” porque é uma aliada “plus”, alguém muito ligada às nossas causas”, explicou Toni Reis, presidente da instituição.

O Rede Sustentabilidade, de Marina Silva, e o socialista PSB, no entanto, destacam-se por serem os únicos com transexuais nas suas comissões executivas nacionais. Além da candidatura ao Palácio do Planalto já referida, são contabilizados pela organização LGBT dois candidatos a governador de estado, cinco candidatos ao Senado, 30 candidatos à Câmara dos Deputados, a que se deve acrescentar Tiffany, e 55 às diferentes câmaras estaduais.

O objetivo comum dos candidats LGBT é aprovar leis, como a criminalização da homofobia. A Câmara dos Deputados, a que concorre Tiffany, é considerada particularmente conservadora, com forte influência da suprapartidária Bancada da Bíblia, com agenda oposta às entidades LGBT.

Daí que  o objetivo em outubro seja “aumentar em 100% a representatividade“, o que equivale a eleger mais um deputado, além de Jean Wyllys, o único homossexual assumido da casa.

A comunidade LGBT aposta por isso mais alto do que nunca nas eleições deste ano. No dia 3 de junho, quando se realizar a Parada do Orgulho LGBTI+ de São Paulo, por norma a maior do mundo, o tema vai estar em cima da mesa: “Nosso Voto, Nossa Voz” é o lema da festa.

ZAP //

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