Ainda sem Jerónimo, João Ferreira voltou a uma campanha que obrigou as “placas tectónicas” de Costa a moverem-se

André Kosters / Lusa

João Ferreira defendeu que a campanha “em crescendo” da CDU forçou António Costa a mudar de discurso e voltar a estar aberto a dialogar à esquerda.

Depois de ter estado uma semana fora da campanha por ter contraído covid-19 e ainda com Jerónimo fora de cena, João Ferreira voltou ontem à carga em busca de votos para a CDU.

O vereador comunista esteve em Lisboa, no Entroncamento e fechou o dia com um comício em Samora Correia, nota o Expresso. João Ferreira mostrou-se ansioso pelo regresso de Jerónimo de Sousa, dizendo que acredita que a campanha “ganha redobrada força” com a presença do líder partidário.

Mas enquanto Jerónimo não voltou, João Ferreira assumiu as rédeas e lembrou o trabalho do colega João Oliveira durante a sua ausência na semana passada. “Esta não é uma campanha de um homem só. Senti que foi uma campanha em crescendo e um resultado em construção”, afirmou aos jornalistas, no Entroncamento.

O dirigente assegura ainda que a CDU “continua a afirmar-se como uma grande força de convergência” e o seu crescimento tornou “inevitável” a mudança de postura de António Costa, que depois de começar a campanha no ataque contra a “irresponsabilidade” dos parceiros da geringonça e a pedir maiorias absolutas, está agora aberto a voltar a negociar. Nas palavras de João Ferreira, até “mesmo as placas tectónicas se movem”.

Com o cabeça de lista por Santarém, António Filipe, do seu lado no Entroncamento, o vereador visitou oficinas de reparação de comboios. A EMEF, que voltou à esfera da CP durante a geringonça, é um dos exemplos de como a “resistência, persistência e insistência” do PCP levou o PS a ter de “mudar o rumo da história”.

João Ferreira aproveitou ainda para falar da ferrovia, que é uma das prioridades da “política de Estado de apoio à produção nacional” que a CDU propõe. “O país precisa de comprar centenas de comboios”, refere, apelando a que os fundos da bazuca europeia sejam usados para estimular a produção nacional, já que “não nos serve de nada pegar nos milhões para ir comprar à Alemanha ou a outros”.

ZAP //

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