Hong Kong. Empresário Jimmy Lai foi preso quando já estava na cadeia

d.r. Felix Wong / SCMP

Lai Chee-Ying, o tycoon dos media mais conhecido como Jimmy Lai

O magnata dos media de Hong Kong, conhecido pelas suas posições pró-democracia, foi detido, esta quarta-feira, quando já se encontrava na prisão.

De acordo com a agência Reuters, as últimas acusações contra Jimmy Lai dizem respeito aos 12 fugitivos do movimento pró-democracia de Hong Kong que tentaram fugir de barco para Taiwan, em agosto do ano passado, mas que acabaram por ser apanhados.

O magnata dos media está a ser acusado de ter ajudado uma dessas pessoas, informou o seu tabloide Apple Daily, acrescentando que, apesar de Lai já estar na prisão, onde aguardava uma audiência agendada para esta quinta-feira, foi detido uma vez mais.

O tycoon dos media foi preso sob a acusação de violação da controversa lei de segurança nacional, que foi implementada por Pequim no ano passado, quando já estava detido após as acusações, em dezembro, de conluio com forças estrangeiras.

Os fugitivos, que estavam detidos na China continental, enfrentam possíveis acusações em Hong Kong por causa dos protestos contra o Governo em 2019. Andy Li, que os jornais identificaram como a pessoa que Lai tentou ajudar, está a ser investigado também por suspeitas de crimes contra a segurança nacional.

Dez dos detidos foram condenados por cruzar ilegalmente a fronteira ou por organizar a travessia, tendo recebido sentenças que variam de sete meses a três anos de prisão. Os outros dois são menores de idade e, por isso, foram levados de volta para Hong Kong.

Jimmy Lai, de 72 anos, é o proprietário de duas publicações pró-democracia frequentemente críticas de Pequim e de Hong Kong, o diário Apple Daily e o Next Magazine. Visto por numerosos habitantes de Hong Kong como um herói, é chamado pelos meios de comunicação oficiais chineses de “traidor”.

A lei da segurança nacional imposta pela China pune atividades subversivas, secessão, terrorismo e conluio com forças estrangeiras com penas que podem ir até à prisão perpétua.

O diploma foi denunciado pelos Estados Unidos, União Europeia e organizações não-governamentais de defesa dos direitos humanos, por considerarem que põe em causa a autonomia do território e ameaça as liberdades fundamentais, ao abrigo do princípio “um país, dois sistemas”.

ZAP //

 

 

 

 

 

 

 

 

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