O treinador do Benfica relativizou o conhecimento que Rui Vitória tem dos encarnados e recordou que quem se vai defrontar, esta quarta-feira, “são duas equipas e não dois treinadores”.
“Obviamente que os treinadores portugueses conhecem melhor o Benfica. No ano passado foi o Abel [Ferreira] e agora é o Rui Vitória. Isso traz-lhes vantagens, mas nós também temos um conhecimento do adversário, embora não tão profundo, mas que nos permite transmitir a melhor estratégia para o jogo”, afirmou Jorge Jesus, na antevisão do primeiro duelo com o Spartak de Moscovo, para a terceira pré-eliminatória da Liga dos Campeões.
Há um ano, as águias foram eliminadas nesta ronda preliminar da prova milionária pelo PAOK, então orientado por Abel Ferreira, enquanto agora terão pela frente outro técnico luso, Rui Vitória, que liderou a equipa benfiquista entre 2015 e 2019. Contudo, Jesus fez questão de realçar algo que poderá ser decisivo para o sucesso dos encarnados esta época.
“No ano passado, eu tinha cinco semanas de trabalho com a equipa e agora tenho um ano e mais cinco semanas de trabalho. É uma grande diferença em relação ao ano passado”, disse.
Em relação ao reencontro com o antigo treinador do Benfica, Jesus preferiu desvalorizar. “Já passaram seis anos. Quem se vai defrontar aqui são duas equipas e não dois treinadores. Respeito o Spartak e a sua equipa técnica enquanto rivais. Espero que sejam muito felizes, depois dos dois jogos connosco”, afirmou, citado pelo site Sapo Desporto.
Sobre a partida em si, Jesus garantiu um Benfica com “muita ambição, confiança e uma grande vontade de passar esta eliminatória”.
“Tivemos uma pré-época com jogos em que não houve esta responsabilidade, portanto o nosso crescimento será sempre jogo a jogo. Este é o primeiro jogo a sério e queremos estar a um nível alto. Temos muita confiança na equipa e no trabalho que estamos a desenvolver”, referiu.
O técnico deu a entender que os encarnados deverão apresentar-se com uma linha de quatro defesas na capital russa, uma vez que “praticamente” não utilizaram o sistema de três centrais durante a pré-época: “É normal que, agora, mantenhamos a referência do que fizemos na pré-época.”
Jesus admitiu ainda que Gonçalo Ramos e Seferovic partem em vantagem sobre Carlos Vinícius e Rodrigo Pinho na luta pelas vagas no ataque, uma vez que “já conhecem as ideias da equipa”, e considerou mesmo que o internacional sub-21 luso “é um menino que cresceu muito da época passada para esta”.
Na conferência de imprensa de antevisão da partida, o técnico também abordou a saída de Luís Filipe Vieira da presidência, tendo declarado que foi “uma surpresa para todos”, mas assegurou que a mesma “não influenciou o trabalho diário da equipa”, à qual “não tem faltado nada”.
“Jesus? Até à data nunca nos falámos, não vai ser agora”
Por seu lado, o treinador do Spartak de Moscovo, Rui Vitória, também foi questionado pelos jornalistas sobre este reencontro, não tendo escondido que ainda existe algum mal estar.
“É um jogo entre Benfica e Spartak. Não é de individualidades, é um jogo de dois coletivos, muito idênticos, sentindo a grandeza que representam para os seus países, até nas cores, um clube muito forte na Rússia e um clube forte em Portugal. Isso é o mais importante”, começou por dizer o técnico luso.
“Quanto aos dois treinadores, é uma novela que sinto que se gosta de alimentar, mas já não estou para essas novelas. Não muda nada. Não é por estar no estrangeiro que as coisas se vão alterar. Até à data nunca nos falámos, também agora não nos vamos falar, obviamente”, atirou.
Benfica e Spartak de Moscovo jogam a primeira mão da terceira pré-eliminatória da Liga dos Campeões na quarta-feira, a partir das 18h00 (hora de Lisboa), em Moscovo, num encontro que será dirigido pelo espanhol Carlos del Cerro Grande.
Esta terça-feira, o PSV Eindhoven, potencial adversário do Benfica na Liga dos Campeões, caso a equipa portuguesa consiga ultrapassar o Spartak, venceu na receção aos dinamarqueses do Midtjylland 3-0, na primeira mão da terceira pré-eliminatória.
A vantagem de três golos é confortável para o PSV Eindhoven geri-la na segunda mão, na Dinamarca.
ZAP // Lusa