Jerónimo denuncia “impunidades” durante o Estado de Emergência (e pede um 25 de abril à janela)

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Manuel de Almeida / Lusa

Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP, recorreu ao Facebook para denunciar “impunidades” praticadas durante o Estado de Emergência.

Para Jerónimo, o “estado de emergência serviu de pretexto para que grupos económicos e o grande patronato, com máxima liberdade e inteira impunidade, pudessem despedir, explorar e restringir drasticamente a possibilidade de trabalhadores se organizarem e defenderem”.

“O estado de emergência está a ser aproveitado por aqueles que veem na atual situação uma oportunidade para aumentar a exploração e apropriar-se dos recursos do Estado, e por aqueles que veem no aumento do desemprego, em particular de pessoas com vínculos precários, uma oportunidade para justificar a penalização dos direitos e dos salários dos trabalhadores.”

Para Jerónimo, “não é aceitável” que o estado de emergência “se transforme em arma de arremesso para atropelar” os direitos dos trabalhadores. “No essencial [o estado de emergência] apenas tem acrescentado mais limitações a direitos, liberdades e garantias, em particular dos trabalhadores”, aponta o líder comunista.

A situação actual: aproveitamentos, riscos e respostas

O vírus é perigoso e pode matar!Mas agravar a exploração e o empobrecimento, despedir abusivamente, cortar salários, desregular horários de trabalho, negar protecção social a sectores mais vulneráveis, também destrói vidas!Os direitos não estão, nem podem estar, de quarentena!➡️ www.pcp.pt/covid-19#PCP #COVID19 #COVID19PT

Publicado por PCP – Partido Comunista Português em Segunda-feira, 13 de abril de 2020

“É verdade que o vírus é perigoso e pode matar, mas agravar a exploração e o empobrecimento, despedir abusivamente, cortar salários, desregular horários de trabalho e negar proteção social aos sectores mais vulneráveis também destrói vidas”, afirmou Jerónimo. “Os direitos dos trabalhadores não podem estar de quarentena.”

Para o PCP, que se absteve na votação parlamentar do Estado de Emergência, as medidas de prevenção e contenção social “podem e devem ser asseguradas e verificadas sem necessidade de imposição do Estado de Emergência”.

Grândola Vila Morena à janela no 25 de abril

Jerónimo de Sousa deixou ainda um apelo para as comemorações do 25 de abril, “num tempo de portas fechadas e de ruas e avenidas quase vazias”.

“Na tarde do 25 de abril, às 15 horas, vamos abrir as nossas janelas e cantar a Grândola Vila Morena e o Hino Nacional, dando sentido à liberdade conquistada e aos valores de abril, afirmando a nossa independência e soberania nacionais, com a profunda convicção de que ao medo e à resignação se hão-de sobrepor a esperança no futuro e a luta por um País e uma vida melhores”, disse.

Este será o primeiro 25 de abril, desde 1974, que os portugueses estão confinados em suas casas por recomendação do Governo e das autoridades de saúde.

Ainda assim, Jerónimo elogiou a “atitude que [os portugueses] têm assumido e que devem manter” para que os “resultados positivos” já alcançados “se mantenham” e permitam debelar “com sucesso o problema de saúde”.

ZAP //

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2 Comments

  1. A múmia acordou agora para chatear, estava tudo a correr tão bem, alguém pode fechar o sarcófago?
    O Governo nunca esteve tão bem, somos elogiados por todo mundo e cá dentro é que armam em parvos, e esta?

    • “O Governo nunca esteve tão bem…” Isso só pode ser para rir!
      Somos apenas o 5º pior país da Europa no número de casos per capita de pessoas infetadas!!!!!!!!
      É chato andar com palas e não conseguir ver a realidade. Se dependessemos do governo ainda agora não estávamos no estado de emergência.

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