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Jennifer foi fazer uma visita ao seu próprio coração (16 anos depois de lho terem tirado)

Tom Evans / BBC

O coração de Jennifer Sutton em exibição no Hunterian Museum em Londres

Uma britânica conseguiu fazer o inimaginável: foi visitar o seu próprio coração, que está em exibição num museu londrino.

Jennifer Sutton, que foi sujeita a um transplante cardíaco há 16 anos, conseguiu agora ver o seu próprio coração, que se encontra em exibição numa exposição no Hunterian Museum em Londres.

A britânica de 38 anos descreveu a experiência de ver o seu próprio coração como ‘surreal‘ e espera que isso encoraje as pessoas a doar os seus órgãos para transplantes.

Jennifer tinha apenas 22 anos quando percebeu que lhe custava realizar qualquer atividade física, por muito básica que fosse — porexempo, subir um terreno inclinado.

Após visitar um médico, foi-lhe diagnosticada uma cardiomiopatia restritiva e disseram-lhe que não sobreviveria se não fizesse um transplante.

A condição clínica da jovem foi piorando gradualmente, enquanto aguardava em  lista de espera por um coração. No entanto, em Junho de 2007 recebeu a boa notícia de que tinha sido encontrado um dador compatível.

Jennifer estava extremamente ansiosa com a cirurgia, uma vez, quando tinha apenas 13 anos, a sua própria mãe tinha morrido durante o mesmo procedimento.

No entanto, a cirurgia foi um sucesso — e agora, 16 anos depois, pode olhar para o seu antigo coração, em exibição numa vitrine.

“Lembro-me de acordar depois do transplante e pensar ‘meu Deus, sou realmente uma nova pessoa‘. Lembro-me de fazer uma pequena dança com os polegares para cima para a minha família e dizer ‘eu consegui, eu consegui‘”, conta Jennifer à BBC.

Tom Evans / BBC

Jennifer Sutton visita o seu coração com o cirurgião que a operou

A britânica deu o seu consentimento para que o seu coração fizesse parte da exposição, e quer que as pessoas incentivem outras a doar os seus órgãos, a que  chama ‘o maior presente que podemos dar‘.

“No momento em que entrei na exposição pela primeira vez, pensei ‘isto estava dentro do meu corpo‘. Mas é bastante agradável – é como se fosse um amigo. Manteve-me viva durante 22 anos e sinto-me bastante orgulhosa dele, na verdade”, diz.

Vi muitas coisas em frascos na minha vida, mas pensar que aquilo é realmente meu é muito estranho”, acrescenta Jennifer Sutton.

Agora com 38 anos, Jennifer tem tentado viver uma vida tão completa quanto possível. Casou-se — algo que, diz, “não teria acontecido sem a doação. Foram 16 anos fantásticos, que não teria tido nenhum sem o meu dador. Estou sempre ocupada, ativa e a tentar manter este coração o mais saudável possível”.

Em Portugal, podem ser dadores de órgãos todos os cidadãos que não se inscrevam no Registo Nacional de Não Dadores, ou seja, qualquer pessoa pode ser considerada potencial dadora, desde que não manifeste oposição à dádiva no referido registo.

Mas caso não tenha nenhuma objeção ou impedimento a ser dador, não deise de notar que a doação de um orgão é um gesto altruísta, considerado como o maior ato de bondade entre os seres humanos.

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