O James Bond da vida real foi um arquivista e diplomata britânico que viveu na Polónia comunista na década de 1960, revelam documentos esta semana partilhados pelo Instituto Polaco da Memória Nacional.
O diplomata James Albert Bond, homónimo do agente secreto britânico 007 que protagoniza uma série de filmes com o mesmo apelido, terá chegado à cidade de Varsóvia em 1964 com a sua esposa e filho para ocupar o cargo de secretário e arquivista da embaixada do Reino Unido, conta o portal Financere Wind.
Durante a sua estadia na Polónia, ter-se-á infiltrado em “objetos militares” pelo menos em duas ocasiões, segundo avança o instituto polaco.
Segundo o Governo polaco, o “verdadeiro” James Bond, que compartilhava com 007 a sua “predição por mulheres”, foi “automaticamente colocado sob vigilância” pelo departamento de contra-espionagem do país depois de este organismo considerar que o britânico estava a “recolher informações sobre o exército polaco” através das suas funções como arquivista e do seu papel como homem de família.
O funcionário do Reino Unido deixou Varsóvia em 1965 e nunca mais voltou ao país.
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Tendo em conta as semelhanças entre a realidade e a saga criada pelo romancista britânico Ian Fleming em 1953, os especialistas não descartam que o papel de James Albert foi, na verdade, “piada com o objetivo de gozar com os serviços secretos polacos“, aproveitando a popularidade mundial da personagem na década anteriores.
Acredita-se que o suspeito espião terá sido usado como uma espécie de “cortina de fumo” para atrair a atenção dos serviços de inteligência e deixar que outras pessoas ou locais com informações sigilosas de relevos ficassem sem vigilância.
“Não seria a primeira vez, e certamente não será a última, que os espiões usaram a desinformação para enganar os caçadores de espiões“, remata o instituto.