Saíram as colocações do Ensino Superior – e pouco sobrou para a segunda fase

Roberto Stuckert Filho / PR

Foram divulgados, este domingo, os resultados do concurso nacional de acesso ao Ensino Superior Público. Engenharia Aeroespacial volta a liderar com média mais alta. Há 25 anos que não sobravam tão poucas vagas para a 2.ª fase.

Quase 50 mil alunos conseguiram colocação na 1.ª fase do concurso nacional de acesso ao ensino superior, número que representa um aumento em relação ao ano passado, ficando de fora apenas 14,3% dos candidatos.

Dos 58.301 jovens que se candidataram, 49.963 asseguraram já um lugar no ensino superior, mais 1,1% em relação à mesma fase do concurso realizado no ano passado, apesar da ligeira diminuição do número de candidaturas, revelam dados disponibilizados pelo Ministério da Educação, Ciência e Inovação (MECI).

No dia em que foram conhecidos os resultados da 1.ª fase do concurso, divulgados às 00h00 na página da Direção-Geral do Ensino Superior – http://www.dges.gov.pt -, as notícias não podiam ter sido melhores para os 28 mil alunos colocados na sua primeira opção (56,1%).

87,8% conseguiu entrar numa das suas três primeiras escolhas, “os valores mais elevados dos últimos anos e um dos fatores mais relevantes para o sucesso académico”, sublinha a tutela.

Entre os 1.119 cursos em instituições públicas que estavam disponíveis nesta fase do concurso, 815 (72,8%) tiveram todas as vagas ocupadas, sobrando apenas 4.966 lugares, a maioria (76,8%) em institutos politécnicos.

Há 25 anos que não sobravam tão poucas vagas

As vagas que não foram agora ocupadas, o número mais baixo desde 1999, vão ser colocadas a concurso na 2.ª fase, que arranca na segunda-feira.

Só quatro instituições de ensino superior esgotaram todas as vagas: as escolas superiores de enfermagem de Coimbra, Lisboa e Porto e o ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa.

A instituição menos procurada foi novamente o Instituto Politécnico de Bragança, que ficou com 975 lugares disponíveis, seguido dos politécnicos de Viseu (416), Guarda (338) e Castelo Branco (318).

Como nos anos anteriores, as três universidades com maior número de vagas disponíveis foram também as mais procuradas, incluindo para primeira opção: 9.167 candidatos escolheram a Universidade de Lisboa, que tinha 7.442 vagas, 8.069 escolheram a Universidade do Porto, com 4.781 vagas, e 4.104 preferiram a Universidade Nova de Lisboa, que tinha apenas 2.823 vagas.

Aeroespacial com a média mais alta

A licenciatura em Engenharia Aeroespacial volta a liderar a lista dos cursos com média de entrada mais elevada, numa lista de 23 opções em que só os alunos com mais de 18 valores conseguiram entrar.

De acordo com o MECI, o curso de Engenharia Aeroespacial da Universidade do Porto é o que tem a nota de acesso mais elevada.

Aí, o último aluno a entrar tinha média de 19,45 valores, seguindo-se o mesmo curso na Universidade do Minho (19,14), Matemática Aplicada à Economia e à Gestão na Universidade de Lisboa (18,90), Inteligência Artificial e Ciência de Dados na Universidade do Porto (18,75) e Engenharia Aerospacial na Universidade de Lisboa (18,75).

Os cinco cursos fazem parte de uma lista de 23 em que só alunos com mais de 18 valores conseguiram entrar, mais seis do que no ano passado, e onde se destaca a Universidade do Porto, com 11 cursos onde a média ultrapassou os 18 valores.

Além de Engenharia Aeroespacial e Inteligência Artificial e Ciência de Dados, nesse grupo dos cursos de excelência estão também opções como Engenharia e Gestão Industrial (18,63), Arquitetura (18,60) e os dois mestrados integrados em Medicina (18,55 no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar e 18,48 valores na Faculdade de Medicina).

Mais alunos em Medicina

Por áreas, destacam-se também os cursos de Medicina, à semelhança dos anos anteriores. Foram colocados 1.661 estudantes, o maior número de sempre, em resultado do acréscimo de vagas sobrantes dos concursos especiais de ingresso em Medicina para licenciados.

Depois dos dois mestrados integrados ministrados pela Universidade do Porto, que lideram o top, seguem-se a Universidade do Minho, onde o último candidato a entrar teve média de 18,38 valores, Aveiro (18,20), Coimbra (18,02), Nova de Lisboa (17,93), Lisboa (17,77) e Beira Interior (17,70).

Há cursos com média negativa

Segundo uma análise feita pela Lusa, houve, por outro lado, oito cursos onde foi possível entrar com média negativa, quase todos ministrados por institutos politécnicos e em zonas de baixa densidade populacional.

As médias mais baixas, com 9,5 valores, registaram-se nos cursos de Gestão de Empresas (pós-laboral) em Beja, Educação Social em Bragança, Administração Pública em Castelo Branco, e Farmácia na Guarda.

Houve ainda 31 cursos para os quais nenhum aluno concorreu, sendo a esmagadora maioria nas áreas de engenharias e em institutos politécnicos.

Os estudantes colocados têm agora até quinta-feira para realizar a matrícula. Aqueles que pretendam podem candidatar-se à 2.ª fase a partir de segunda-feira e até 4 de setembro, seguindo-se depois a 3.ª fase entre 21 e 24 de setembro.

“Deste modo, garante-se o início de atividade letiva praticamente em simultâneo para todos os novos estudantes, evitando a perda de cerca de três semanas de aulas para estudantes colocados na 2.ª fase e cerca de seis semanas de aulas para estudantes colocados na 3.ª fase”, sublinha o MECI.

ZAP // Lusa

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