Já quase não restam “Costistas” de gema

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Rodrigo Antunes / Lusa

O primeiro-ministro, António Costa

Daqueles que apoiaram António Costa à liderança do Partido Socialista, poucos se mantêm ao lado do atual primeiro-ministro.

António Costa teve de navegar por águas turbulentas dentro do Partido Socialista para conseguir chegar à liderança do partido. A ascensão não foi propriamente suave e “só um núcleo restrito de amigos políticos fidelíssimos” defendiam a candidatura à liderança socialista, escreve o Público.

Até chegar a secretário-geral do Partido Socialista, António Costa evitou um confronto com José Sócrates, quando Ferro Rodrigues renunciou à liderança do partido, em 2004. A sua oportunidade chegaria dez anos depois, batendo o pé a António José Seguro.

Na altura, contou com o apoio do núcleo duro que constituiu durante anos o “Costismo”. Desse grupo restrito, que defendeu o atual primeiro-ministro com unhas e dentes, quase ninguém está neste momento na órbita da sua confiança.

Eduardo Cabrita era um dos mais fiéis apoiantes de Costa. Depois das polémicas em que se viu envolvido, o então ministro da Administração Interna pediu a demissão. António Costa não permitiu a sua saída, pressionando-o a ser “corajoso” para aguentar os tempos difíceis.

Cabrita acaba por demitir-se quase no fim da vigência do Governo e foi excluído da lista de deputados. Segundo o Público, António Costa nunca mais telefona ao seu amigo dos tempos de faculdade.

Pedro Siza Vieira também era um dos amigos mais antigos de Costa, tendo sido o número 2 no Governo que o primeiro-ministro formou em 2019.

Sem que se saiba ao certo porquê, António Costa rejeitou que Siza Vieira continuasse no Governo após as eleições, mesmo contra a vontade do antigo ministro da Economia.

Pedro Siza Vieira gravou um vídeo de despedida, no qual nem refere o nome do primeiro-ministro.

O deputado Marcos Perestrello era um dos socialistas mais próximos de António Costa e um dos maiores defensores da sua candidatura à liderança do PS. O atual presidente da Comissão de Defesa chegou mesmo a ser o número 2 de Costa quando este tomou posse da Câmara Municipal de Lisboa.

Dois anos depois, em 2009, Perestrello saiu do lado de Costa para uma experiência no Governo. De acordo com o matutino, Costa não gostou e “as relações nunca mais foram as mesmas”.

Perestrello ainda foi convidado para ser secretário de Estado da Defesa por António Costa, mas com a saída de Azeredo Lopes, também abandonou o Governo. No último congresso foi excluído do secretariado do PS.

Outro aliado de António Costa era Sérgio Sousa Pinto, que se demitiu do secretariado do PS depois de Costa decidir fazer a “geringonça”. Sousa Pinto não era adepto da coligação e defendeu que era a coligação PSD/CDS que deveria formar Governo.

ZAP //

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