Já há um forte candidato a primeiro colonizador de Marte

John Game / Wikimedia

Syntrichia caninervis

Um novo estudo descobriu que uma espécie de musgo altamente resistente consegue sobreviver a condições ambientais letais para quase todas as formas de vida. Podemos estar perante a espécie pioneira para a colonização de Marte.

O musgo Syntrichia caninervis, encontrado em locais “agrestes” do Planeta, como o Tibete e a Antártida, evidencia uma notável resistência a condições extremas.

As idiossincrasias deste tipo de musgo indicam que esta espécie é uma potencial  candidata a ser a primeira colonizadora de Marte.

A capacidades únicas do musgo foram testadas num estudo publicado esta segunda-feira, no The Innovation.

Os cientistas do Instituto de Ecologia e Geografia de Xinjiang, China, submeteram o musgo a rigorosos testes: primeiro, foi armazenado a -80°C durante cinco anos; depois, armazenaram-no em nitrogénio líquido a -196°C durante um mês.

Findados os testes: o musgo regenerou-se com sucesso, em ambos os casos.

O Syntrichia caninervis foi ainda bombardeado com doses de radiação gama.

Descobriu-se que radiações até 500Gy ajudaram o musgo a regenerar-se e que apenas doses superiores a 8000 unidades Gray (Gy) lhe causavam danos graves.

Como nota a New Scientist, o maioria das plantas não consegue lidar com radiação acima de 500Gy, enquanto 50Gy é suficiente para causar convulsões e morte em humanos.

Primeiro colonizador de Marte?

Para testar sua viabilidade do Syntrichia caninervis em Marte, a equipa submeteu o musgo a condições simuladas do planeta vermelgo, incluindo uma atmosfera com 95% de dióxido de carbono, temperaturas de -60°C a 20°C, altos níveis de radiação UV e baixa pressão atmosférica.

Após uma semana nessas condições, o musgo regenerou-se completamente em 30 dias.

No entanto, os especialistas apontam como falha um fator ambiental que a equipa desconsiderou: o impacto dos percloratos – um químico tóxico e corrosivo – que se pensa estar generalizado nos solos marcianos.

À New Scientist, David Eldridge, da Universidade de Nova Gales do Sul, alerta que, embora o musgo possa sobreviver nas condições de marte, precisaria de algum alívio do frio extremo e da dessecação, mas em Marte, ao contrário da Terra, essas condições são implacáveis.

O especialista acredita que, se levados para Marte, os musgos sobreviveriam, mas não se desenvolveriam adequadamente: “Poderia sobreviver, mas duvido que se desenvolvesse”.

ZAP //

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