O vencedor do Festival da Eurovisão, Salvador Sobral, ironizou sábado à noite, na sua primeira atuação ao vivo em Marco de Canaveses, após o sucesso na Ucrânia, por ser o seu “primeiro concerto para mais de 100 pessoas”.
“Isto é só o meu primeiro concerto com mais de 100 pessoas”, afirmou Sobral, quando atuava ao ar livre, no Festival Confluências, no Marco de Canaveses.
O vencedor da Eurovisão surgiu em palco sorridente, satisfeito por ter a vê-lo alguns milhares de pessoas, num cenário único conferido pelas ruínas das “Obras de Fidalgo”, um palacete do século XVIII inacabado, em Vila Boa de Quires.
“Nunca tive tanto público na minha vida, caraças, porque será“, perguntou ao público, de olhos postos na multidão, acrescentando: “Está imensa gente”.
Em noite de temperatura amena de primavera, o público, que teve entrada livre, aplaudia as canções do primeiro álbum de Salvador Sobral. As canções, cantadas em inglês e português, quase todas melódicas, num estilo próximo do jazz e do blues, foram acompanhadas por piano, contrabaixo e bateria.
Nos solos de piano, Sobral sentava-se num pequeno banco e, quase cabisbaixo, desfrutava do momento. Depois, de pé, cantava “Não fui eu”, com tons ora agudos, ora graves, e o público ia acompanhando, em silêncio, de olhos postos no palco, e, à medida que o concerto ia evoluindo, Sobral foi contando algumas piadas, arrancando gargalhadas dos espectadores.
E depois pediu aos espetadores para entoar: “No corpo e na alma estava o coração”, com prolongamento da última nota. Ora à esquerda, ora à direita da moldura humana e por fim em conjunto.
Já com mais de uma hora de concerto, fez-se silêncio para ouvir o que todos queriam ouvir: “Amar pelos Dois”, a canção com que venceu o Festival da Eurovisão há uma semana.
Para se começaram a ouvir as palavras que fizeram feliz Portugal: “Meu bem, ouve as minhas preces, peço que regresses, que me voltes a querer?” foi o momento da noite, com os espectadores a cantarem em uníssono.
No fim, Sobral gritou “viva Portugal” e agradeceu todo o apoio com o público a aplaudir de pé. Chegou ainda tempo para improvisar um ‘blues’ com letra alusiva a Marco de Canaveses.
// Lusa