Israel recusa cessar-fogo para a entrada de ajuda humanitária e saída de estrangeiros

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Haitham Imad / EPA

Enquanto vários países tentam retirar os seus cidadãos da Faixa de Gaza, e a ONU introduzir ajuda humanitária; as Forças Armadas israelitas parecem estar a preparar-se para uma ofensiva terrestre. O Governo israelita recusa cessar-fogo.

Israel negou a existência de um cessar-fogo com o Hamas no sul da Faixa de Gaza para a entrada de ajuda humanitária e a saída de estrangeiros pela fronteira com o Egito.

“Não há cessar-fogo e não há entrada de ajuda humanitária em Gaza em troca da saída de estrangeiros”, afirmou, esta segunda-feira, o gabinete do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, num comunicado citado pela AFP.

A situação permanecia confusa esta manhã no posto fronteiriço de Rafah, que liga o sul da Faixa de Gaza à península egípcia do Sinai, onde centenas de pessoas aguardavam a abertura dos portões.

Hospitais quase sem reservas de combustível

Os hospitais de Gaza estão a ficar sem reservas de combustível.

Um comunicado da Organização das Nações Unidas (ONU), na noite desde domingo, alertou que só as reservas de combustível dão para menos de 24 horas, o que põe em risco a vida de milhares de pacientes.

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, tinha garantido também que a passagem de Rafah seria aberta de manhã para facilitar a entrada de ajuda humanitária destinada aos palestinianos cercados naquele enclave.

As autoridades do Cairo advertiram, no entanto, que a abertura só ocorreria se fosse permitida a entrada de ajuda humanitária, numa operação que estaria a ser coordenada com a ONU.

Segundo testemunhas do lado egípcio, esta manhã, os comboios de ajuda ainda não tinham deixado a cidade de Al-Arich, cerca de 40 quilómetros a leste de Rafah.

Fontes da segurança egípcia garantiram hoje à agência EFE que a passagem seria aberta, mas que se desconhecida ainda a hora.

“A passagem vai ser aberta hoje, mas não há confirmação da hora”, disseram as fontes, que pediram para não serem identificadas devido à sensibilidade do assunto, que tem estado a ser negociado com os Estados Unidos.

A Guerra, até ao momento

Enquanto os EUA, o Canadá e outros países tentam retirar os seus cidadãos da Faixa de Gaza, as Forças Armadas israelitas parecem estar a preparar-se para uma ofensiva terrestre.

O exército israelita tem bombardeado Gaza desde que comandos do Hamas mataram mais de 1.400 pessoas durante numa incursão sem precedentes em Israel, a 7 de outubro.

Israel declarou guerra ao Hamas e concentrou tropas e armamento junto à fronteira para um eventual ataque terrestre que disse ser destinado a eliminar o grupo islamita.

O Hamas é considerado um grupo terrorista por Israel, Estados Unidos, União Europeia e Reino Unido.

Numa antecipação do ataque, Israel aconselhou os residentes no norte da Faixa de Gaza a fugirem para o sul, tendo dado inicialmente um prazo de 24 horas, que foi sendo alargado após críticas da comunidade internacional, incluindo a ONU.

Em causa está a movimentação de 1,1 milhões de pessoas, cerca de metade da população da Faixa de Gaza.

O Hamas informou esta segunda-feira que os bombardeamentos israelitas provocaram cerca de 2.750 mortos e mais de 9.700 feridos na Faixa de Gaza.

A ONU calcula que a guerra entre Israel e o Hamas já tenha provocado mais de um milhão de deslocados na Faixa de Gaza, desde 7 de outubro.

As autoridades israelitas anunciaram a evacuação de 28 povoações ao longo da fronteira com o Líbano, no norte do país.

A decisão seguiu-se à morte de cinco pessoas por disparos provenientes do Líbano atribuídos à milícia xiita libanesa Hezbollah, apoiada pelo Irão.

ZAP // Lusa

2 Comments

  1. É absurdo pedir a Israel para cessar fogo. E que tal pedir ao Hamas para não se esconder entre civis, e não usar civis como escudos humanos?

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