Netanyahu aceita disputar liderança interna do seu partido em seis semanas

World Economic Forum / Flickr

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu

Acossado pelas acusações em três casos de corrupção, o primeiro-ministro israelita em funções, Benjamin Netanyahu, concordou este domingo com as exigências de eleições primárias no seu partido, o Likud.

Na sequência de conversações com Haim Katz, que preside ao comité central do Likud, Netanyahu aceitou disputar a liderança interna do Likud nas próximas seis semanas, segundo noticiou esta segunda-feira o Expresso.

Segundo o canal de televisão Keshet 12, o primeiro-ministro “não descartou” a hipótese, avançada pelo seu opositor interno, Gideon Sa’ar, de realizar as primárias nos 17 dias que restam para evitar novas eleições gerais, ainda que este cenário pareça improvável. Sa’ar apelou a um ato interno rápido para dar ao vencedor da disputa a possibilidade de formar uma coligação e evitar conduzir o país às terceiras eleições consecutivas.

O anúncio, feito na quinta-feira pelo procurador-geral do país, Avichai Mandelblit, das acusações de corrupção contra o primeiro-ministro provocou ondas de choque no Likud. Trata-se do primeiro desafio sério à liderança de Netanyahu desde que o então líder, Ariel Sharon, abandonou o partido em 2005 para formar o Kadima, deixando Netanyahu aos comandos, escreveu o Times of Israel.

Esta é a primeira vez na história do país que um primeiro-ministro em funções enfrenta acusações criminais.

“Estou a fazer tudo o que é necessário para assegurar que o trabalho do Governo é realizado de forma a garantir a segurança dos cidadãos de Israel”, disse Netanyahu, o chefe de Governo há mais tempo no poder em Israel. Insistiu ainda estar a cumprir os seus deveres “da melhor maneira possível e por suprema devoção à segurança de Israel”.

Questionado por um jornalista sobre se recorreria à imunidade parlamentar para evitar ações judiciais, algo que há muito se diz que tem tentado fazer, Netanyahu recusou-se a responder. “Bom, agora está a fazer perguntas muito mais complicadas”, atalhou.

Em reação ao anúncio de quinta-feira, o primeiro-ministro prometeu que continuaria em funções para lutar contra o que apelidou de acusações “viciadas” e preconceituosas, acusando investigadores e procuradores de uma “tentativa de golpe”. “Tudo isto tem por objetivo derrubar-me”, referiu, questionando a independência da justiça israelita.

A decisão de acusar Netanyahu de fraude, suborno e abuso de confiança em três casos de corrupção foi anunciada no mesmo dia em que o Presidente, Reuven Rivlin, encarregou o Parlamento de encontrar um chefe de Governo, após Netanyahu e Benny Gantz terem falhado nas tentativas de formar um Executivo após as eleições de 17 de setembro.

Netanyahu negou sempre o seu envolvimento nos três casos, alegando que as investigações fazem parte de uma vingança política e de uma “caça às bruxas”, que inclui a esquerda, os meios de comunicação social e a polícia. A lei israelita não o obriga a demitir-se se for acusado mas este poderá vir a ser pressionado nesse sentido, além de não poder ocupar qualquer outro cargo de Governo ou de Estado.

ZAP //

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