Maior incursão em mais de 20 anos e retirada da população. Cisjordânia é a nova Gaza?

1

ALAA BADARNEH/EPA

Veículos do exército israelita estacionados no exterior de um hospital durante uma operação militar na cidade de Jenin, na Cisjordânia.

Israel propõe retirada temporária da população para “destruir infraestruturas terroristas” na região. Israel matou pelo menos nove palestinianos na sua maior incursão na região em duas décadas. Situação está a piorar.

Com o declarado objetivo de “destruir as infraestruturas terroristas islamitas-iranianas que aí se estabeleceram”, Israel deu início na madrugada desta quarta-feira a uma operação em Jenin e Tulkarem, na Cisjordânia, onde já vitimou pelo menos nove plaestinianos em três ataques diferentes.

Dois dos ataques ocorreram por tiros do exército na cidade de Jenin, outros três quando se encontravam num veículo que foi bombardeado por um ‘drone’ na cidade de Sir, e outros quatro no campo de refugiados de Al-Fara, a sul de Tubas.

“O Irão está a trabalhar para estabelecer uma frente terrorista oriental contra Israel na Cisjordânia, segundo o modelo já estabelecido em Gaza e no Líbano, financiando e armando terroristas e contrabandeando armas avançadas da Jordânia”, afirmou ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Israel Katz.

Maior incursão desde 2002

Com centenas de tropas, esta é já a maior incursão de Israel no território em duas décadas — a maior desde 2002, quando as forças israelitas invadiram diferentes cidades em toda a Cisjordânia ocupada durante a segunda Intifada.

As forças israelitas têm vindo a encerrar as estradas que conduzem a Jenin, Tulkarem e ao campo de Far’a. O governador de Jenin afirma que o diretor de um dos hospitais da cidade — que tem 200 empregados e 150 pacientes — foi informado de que o exército israelita tencionava invadir as instalações médicas, e por isso, ordenou a evacuação das mesmas.

Há cerca de 80.000 palestinianos nestas zonas onde decorrem operações militares. Segundo a Al Jazeera, os palestinianos que se encontram no campo foram informados de que dispõem de três horas para sair, o que sugere uma potencial escalada.

Israel propõe retirada da população

Katz propôs esta quarta-feira a retirada temporária de população da Cisjordânia para “destruir infraestruturas terroristas”, após uma operação do exército de Israel que matou pelo menos nove palestinianos naquela mesma região.

“Devemos enfrentar a ameaça da mesma forma que abordamos a infraestrutura terrorista em Gaza, incluindo a retirada temporária dos residentes palestinianos e quaisquer outras medidas necessárias. Essa é uma guerra para todos e devemos vencê-la”, afirmou o ministro israelita na rede social X.

Israel apela ao fim da ajuda humanitária

Avigdor Lieberman, membro do Knesset israelita, apelou ao fim de toda a ajuda humanitária a Gaza.

“Não nos cabe a nós ocuparmo-nos do esforço humanitário civil em Gaza, contra aqueles que assassinaram e raptaram brutalmente os nossos filhos e filhas”, escreveu no X.

“O único acordo que deve existir com Gaza é parar todas as transferências de ajuda humanitária, equipamento, combustível, eletricidade e água e deixar a liberdade de ação operacional às [forças israelitas] para evitar uma nova intensificação militar.”

ZAP // Lusa

Siga o ZAP no Whatsapp

1 Comment

  1. Força Israel! Se não és tu, quem poderá fazer frente a estes povos eminentemente terroristas . O Médio Oriente precisa de uma purga urgente, para serenar o mundo. De contrário, todos sofrerão daqui a uns tempos com estes fanatismos exacerbados que poderão contaminar todo o planeta e constituirem uma enorme tragédia.

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.