O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, declarou este domingo estado de emergência militar, depois de lançar bombardeamentos no Líbano para impedir um ataque em grande escala do grupo xiita Hezbollah.
Em comunicado, o Ministério da Defesa afirmou que Yoav Gallant ativou uma “situação especial na frente interna” e acrescentou que a “declaração de estado de emergência permite ao exército dar instruções aos cidadãos de Israel, tal como limitar as reuniões e encerrar locais”.
O ministro falou também com o homólogo norte-americano, Lloyd Austin, confirmando que Israel lançou “ataques de precisão” contra o Líbano para impedir uma ameaça iminente ao país.
O Hezbollah libanês anunciou na manhã deste domingo ter lançado um ataque em grande escala contra Israel, na sequência de um ataque israelita que matou um alto comandante militar em Beirute, a 30 de julho.
Em comunicado, o grupo pró-iraniano afirmou ter “lançado um ataque aéreo utilizando um grande número de ‘drones’” em território israelita e contra um “alvo militar”, que será identificado mais tarde.
O Hezbollah acrescentou que o ataque se vai prolongar por algum tempo.
Entretanto, o Exército israelita também anunciou o lançamento de uma ofensiva no Líbano, após ter detetado preparativos do Hezbollah para lançar “ataques em grande escala” contra Israel.
“Estamos a observar os preparativos do Hezbollah para ataques em grande escala contra o território israelita”, escreveu o Exército israelita numa mensagem em árabe dirigida à população do sul do Líbano.
“Qualquer pessoa que se encontre nas imediações das zonas onde o Hezbollah está a operar deve abandonar imediatamente as suas casas para se proteger a si e às suas famílias”, acrescentou.
Israel em estado de emergência militar
As autoridades israelitas anunciaram restrições em todo o território a norte de Telavive, limitando reuniões a 30 pessoas no exterior e a 300 no interior, além de estabelecerem a proibição de tomar banho em praias próximas da fronteira.
Os escritórios e os estabelecimentos de ensino podem continuar a funcionar desde que disponham de um abrigo anti-bombas nas proximidades.
O chefe do Estado-Maior do Exército israelita, Herzi Halevi, está a dirigir as operações ofensivas e defensivas a partir da base militar de Kirya, em Telavive, juntamente com os principais dirigentes das forças armadas, escreveu a agência de notícias EFE.
Desde o anúncio, as sirenes antiaéreas têm sido ativadas continuamente na zona israelita que faz fronteira com o Líbano, acrescentou a agência.
O serviço de emergência israelita Magen David Adom elevou “o seu estado de alerta para o nível mais elevado em todo o país”, embora até à data não tenha recebido qualquer informação sobre vítimas.
O Hezbollah juntou-se ao grupo islamita palestiniano Hamas na guerra contra Israel em outubro passado e, desde então, a violência na fronteira israelo-libanesa registou a pior escalada desde a guerra de 2006.
O Hezbollah, aliado do Irão, prometeu levar a cabo um ataque em grande escala contra Israel, na sequência da morte de um destacado comandante num bombardeamento israelita nos arredores de Beirute, em 30 de julho.
Desde outubro, a troca de tiros ao longo da fronteira custou a vida a pelo menos 636 pessoas, a maioria das quais do lado libanês e nas fileiras do Hezbollah, que confirmou 392 baixas.
No total, pelo menos 586 pessoas foram mortas no Líbano, incluindo pelo menos 124 civis, enquanto em Israel foram mortas 49 pessoas no norte do território: 23 militares e 26 civis, incluindo 12 menores no ataque à cidade de Majdal Shams, nos Montes Golã ocupados.
ZAP // Lusa
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