O Irão prometeu vingar o assassinato de um coronel da Guarda Revolucionária, morto a tiro em Teerão, avisou esta segunda-feira o Presidente Ebrahim Raisi.
O Coronel Sayyad Khodai foi morto no domingo, à porta da sua casa, por dois homens de motocicletas. O Irão culpou “elementos ligados à arrogância global”, o seu termo para os Estados Unidos e aliados de Washington, incluindo Israel.
Foi o assassinato mais notório dentro do Irão desde o assassinato, em novembro de 2020, do cientista nuclear Mohsen Fakhrizadeh, segundo a Raw Story.
“Insisto na perseguição (dos assassinos) pelos oficiais de segurança, e não tenho dúvidas que o sangue deste grande mártir será vingado“, garantiu Ebrahim Raisi à televisão estatal iraniana.
“Não há dúvida de que a mão da arrogância global pode ser vista neste crime”, acrescentou, partilhando a mesma ideia que a Guarda Revolucionária.
Ebrahim Raisi fez estas declarações mesmo antes de visitar Omã, onde se iria encontrar com o Sultão Haitham.
O Corpo de Guarda Revolucionário Islâmico — o braço ideológico das forças armadas do Irão — descreveu Khodai como um “defensor do santuário“, um termo utilizado para aqueles que trabalham em nome da república islâmica na Síria ou Iraque.
O Irão tem uma influência política elevada em ambos os países, nomeadamente tendo apoiado o regime do Presidente Bashar al-Assad na guerra civil da Síria.
A televisão estatal observou que Khodai era “conhecido” na Síria, onde o Irão reconheceu o destacamento de “conselheiros militares”.
A agência noticiosa oficial IRNA informou que Khodai foi morto com cinco tiros, ao regressar a casa por volta das 16:00 horas locais de domingo.
A agência publicou fotografias que mostravam um homem caído no banco do condutor de um carro branco, com sangue à volta. Estava com o cinto de segurança, e a janela da frente do lado do passageiro tinha sido aberta.
A agência noticiosa Fars notou que o procurador do estado tinha visitado o local do crime e ordenado a “rápida identificação e detenção dos autores deste ato criminoso”.
Os guardas disseram ter prendido vários “criminosos ligados à agência de inteligência do regime sionista”, como o Irão chama ao seu inimigo Israel.
Uma declaração dizia que os suspeitos tinham estado envolvidos numa série de crimes, incluindo “roubos, raptos e vandalismo“.
O assassinato de Khodai ocorreu à medida que as negociações entre o Irão e as potências mundiais para restabelecer um acordo nuclear desfeito em 2015 estagnaram, em março.
Um dos principais pontos de atrito é a exigência de Teerão de retirar os guardas de uma lista de terrorismo dos EUA — pedido rejeitado por Washington.
O acordo de 2015 deu alívio às sanções iranianas em troca de restrições ao seu programa nuclear, para evitar que Teerão desenvolvesse uma bomba atómica — algo que sempre negou querer fazer.
Mas o acordo nuclear foi deixado em banho-maria, depois de o então presidente dos EUA, Donald Trump, o ter retirado em 2018 e voltado a impor sanções económicas a Teerão, levando o Irão a começar a recuar nos seus próprios compromissos.