Irão. Mais de mil pessoas serão sentenciadas em julgamentos públicos

Abedin Taherkenareh / EPA

O Irão vai iniciar esta semana julgamentos públicos de mil pessoas acusadas de envolvimento nos protestos desencadeados pela morte da jovem Mahsa Amini, em setembro, anunciou esta segunda-feira o gabinete judicial de Teerão.

Os julgamentos serão realizados em público em tribunais revolucionários na capital iraniana, disse o gabinete, segundo a agência EFE. As acusações em massa marcam a primeira ação do governo destinada a anular a discórdia desde que rebentaram os tumultos, há mais de seis semanas, noticiou a agência Associated Press.

“Estes são indivíduos que cometeram atos de sabotagem durante a recente agitação e enfrentam sérias acusações, tais como agressão e morte de forças de segurança ou atear fogo a propriedade pública e privada”, disse o gabinete.

O chefe do poder judicial iraniano, Gholamhosein Mohseni Ejei, disse que os julgamentos serão realizados com “rapidez e precisão”, especialmente daqueles que tentaram subverter o sistema islâmico.

“Aqueles que tentaram subverter o regime e dependem de estrangeiros serão punidos de acordo com as leis”, disse Ejei. As acusações de colaboração com governos estrangeiros podem acarretar a pena de morte no Irão.

De acordo com Ejei, os procuradores vão diferenciar os iranianos insatisfeitos, que apenas procuravam desabafar as suas queixas nas ruas, daqueles que queriam derrubar a teocracia. “Mesmo entre os agitadores, deve ser esclarecido quem teve a intenção de confrontar o sistema e derrubá-lo”, afirmou.

Os protestos a nível nacional começaram por causa da morte, a 16 de setembro, de Mahsa Amini, de 22 anos, que estava sob a custódia da polícia de moralidade do país. A jovem foi detida por alegadamente violar o rigoroso código de vestuário feminino do Irão.

Durante os protestos, as forças de segurança têm usado munições e gás lacrimogéneo para dispersar os manifestantes. Pelo menos 270 pessoas já foram mortas e 14.000 detidas.

ZAP //

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