IPMA analisa bivalves recolhidos no Algarve devido à “maré vermelha”

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) recolheu amostras de bivalves nas praias do Algarve que estão interditas a banhos desde domingo devido à concentração da alga marinha que poderá ser perigosa para a saúde.

Em declarações à agência Lusa, Maria João Botelho, chefe da divisão de Oceanografia e Ambiente Marinho do instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), adiantou que foram feitas colheitas de bivalves nas praias entre a Ilha do Farol e Vilamoura, no Algarve, que foram interditas devido ao aparecimento de uma “maré vermelha”.

“Estamos perante uma maré vermelha que ainda não conhecemos qual é a espécie de fitoplâncton produtora. Sabemos que é dinoflagelado, que pode ser ou não produtor de toxinas. Por isso, o que o IPMA está a fazer neste momento são colheitas de águas e está a identificar as espécies de toxinas que podem surgir nos moluscos bivalves por acumulação e ver se existe eventual perigo para o consumo”, explicou.

Maria João Botelho adiantou também que foram recolhidas amostras na Ria Formosa. De acordo com a especialista do IPMA, os resultados das análises só deverão ser conhecidos no final da semana.

“O IPMA está a preparar-se para interditar preventivamente a zona ao consumo de bivalves. Se existirem realmente níveis de toxinas acima do limite regulamentar, o consumo de bivalves é perigoso”, disse. Maria João Botelho indicou ainda que o IPMA “está a agilizar todas as amostragens e depois serão feitas as análises”.

Além do IPMA, também a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) fez colheitas de água nesta “maré vermelha”. O responsável regional da APA admitiu que outras praias podem ser afetadas nas próximas horas ou dias, uma vez que a mancha vermelha está a deslocar-se para o barlavento do Algarve, “verificando-se já uma concentração perto da praia da Rocha Baixinha, no concelho de Albufeira, estando a monitorização a ser feita em permanência”.

José Pacheco acrescentou que a interdição irá manter-se até que estejam asseguradas todas as condições de segurança para a saúde pública: “Não temos qualquer prazo previsto para que a situação fique normalizada”.

Por seu turno, fonte da Autoridade Marítima Nacional disse à Lusa que as praias começaram a hastear as bandeiras vermelhas no domingo, dia em que foi efetuado o alerta “a desaconselhar o banho de mar” por parte da entidade gestora do ambiente.

// Lusa

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