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Investigador de Viseu descobre novo vírus canino

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foto: sxc

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Um novo vírus canino foi descoberto por um docente da Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Viseu (IPV), no âmbito de um projecto internacional, anunciou hoje a instituição.

Intitulado “Novo norovirus canino: aspectos moleculares, epidemiológicos e patogénese”, o projecto foi financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia.

O IPV explica, em comunicado, que os “norovirus” humanos “são hoje reconhecidos como a mais frequente causa de gastroenterite aguda por surtos alimentares e a causa mais comum de doença entérica (dos intestinos) esporádica, superando qualquer agente bacteriano”.

A sua mais importante via de transmissão é o contacto pessoa a pessoa e o consumo de alimentos contaminados, mas era também equacionada a possibilidade de transmissão de animais para o homem.

“Até muito recentemente nada se sabia sobre a existência destes vírus em cães, os quais representam um elevado risco de transferência zoonótica, dado o seu contacto próximo com os humanos em muitas sociedades de todo o mundo”, refere o IPV.

Após “um exaustivo estudo” para avaliar “o papel da população de cães como reservatório animal para ‘norovirus’ no homem”, a descoberta acabou por ser feita por João Mesquita, investigador da Escola Superior Agrária de Viseu.

Em estreita colaboração com a Universidade do Porto e o Centers for Disease Control and Prevention, dos Estados Unidos, João Mesquita descreve, pela primeira vez, a existência de um “norovirus” canino. A estirpe ganhou o nome “Viseu”, dado o local da sua descoberta.

O investigador concluiu que “o vírus tem uma elevada variabilidade genética e antigénica graças à sua elevada taxa de mutação, o que é sugestivo de uma elevada adaptabilidade do vírus ao hospedeiro”.

O projecto envolveu a análise de amostras biológicas de 15 países da Europa e dos Estados Unidos e, segundo o IPV, “demonstrou que o novo vírus está a ser excretado por todo o país e a ser transportado entre países da Europa, através da movimentação dos animais entre fronteiras”.

Análises realizadas em soros humanos demonstraram ainda que “a população humana teve contacto prévio com este vírus, sugerindo a possibilidade de ocorrer a transmissão ao homem”, acrescenta.

A equipa do Laboratório de Anatomia Patológica Veterinária da Escola Superior Agrária de Viseu está neste momento a estudar as alterações dos tecidos dos intestinos de cães infectados, recorrendo “a técnicas avançadas de detenção de apoptose (morte celular programada) e caracterização das lesões celulares microscópicas”.

/Lusa

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